Do acervo do pesquisador do cangaço José João Douza
Em março de 1926, Lampião recebeu do Batalhão Patriótico de Juazeiro do Norte a patente de capitão. Também trocou os rifles 44 dos cangaceiros por fuzis-máuser tipo 1908, e ainda recebeu 400 balas para cada cangaceiro. Na passagem por Jardim - CE, Lampião mandou o ferreiro Mestre Zuza encurtar o cano dos fuzis da tropa, transformando assim em mosquetões. Quando Lampião soube que os oficiais de Pernambuco não respeitaria sua patente, e que as volantes continuariam lhe perseguindo, exclamou: - É.... Então a espingarda vai cantar pela cantiga velha! E cantou mesmo..., segue abaixo, uma relação das ocorrências mais audaciosas praticadas pelo bando de Lampião no Estado de Pernambuco, no ano de 1926.
Em 23 de fevereiro de 1926, antes de receber as armas de Juazeiro, matou o velho inimigo José Nogueira, na fazenda Serra Vermelha, município de Vila Bela, atual Serra Talhada.
Em 16 de abril, invade Algodões, dando-se espancamentos e estupros. Em 07 de maio, invade Triunfo, estando o grupo sob o comando imediato de Sabino.
Em 01 de agosto, ataca novamente e incendeia a fazenda Serra Vermelha, matando duas pessoas, exterminando gado e apiário.
Em 14 de agosto, interrompe as comunicações telegráficas, cortando fios e incendiando postes em Vila Bela.
Em 19 de agosto, invade a cidade de Tacaratu com 90 homens, pondo cerco à casa Manuel Vítor da Silva, que resiste heroicamente a doze horas de combate, findando por fugir com um irmão gravemente ferido.
Em 26 de agosto, ataca a fazenda Tapera, Floresta, matando 13 pessoas de uma mesma família, os Gilos, à frente de 120 cabras.
Em 02 de setembro, invade Cabrobó à frente de 105 bandoleiros, sob toque de corneta e em perfeita formação militar, hospedando-se na casa do chefe municipal, em cuja companhia, após o almoço, passa em revista os alunos da escola local, formados em sua honra.
Em 06 de setembro, invade Leopoldina (atual Parnamirim), fuzilando quatro residentes, saqueando o comércio, a mesa de renda (coletoria), e destruindo o telégrafo.
Em 01 de outubro, à frente de 126 homens, põe em fuga a força pernambucana que se defronta com o grupo, próximo a Floresta.
Em 11 de novembro, combate com a força pernambucana na fazenda Favela, Floresta, resultando dez soldados mortos e sete feridos.
Em 24 de novembro, sequestra os viajantes das empresas Souza Cruz e Standard Oil Company (ESSO), exigindo dezesseis contos de réis de resgate, sob pena de morte.
Em 25 de novembro, mata de José de Esperidião e bota fogo em sua residência na fazenda Varzinha, município de Vila Bela.
Em 26 de novembro, ocorre a famosa batalha na Serra Grande, a maior da história do cangaço. Lampião enfrenta uma tropa de aproximadamente 300 policiais, com apenas noventa cabras. A tropa, ao final perde um total de 20 soldados, a intensa troca de tiros estendeu-se das 8h30 às 17h45, quando a polícia abondonou o campo de batalha.
Em 12 de dezembro, na localidade Juá, destrói a tiros cento e vinte e sete bois do fazendeiro Joaquim Jardim, estabelecido em Floresta.
Fontes:
Lampião, seu tempo e seu reinado, de Frederico Bezerra Maciel
Guerreiros do Sol, de Frederico Pernambucano de Mello.
Lampião, seu tempo e seu reinado, de Frederico Bezerra Maciel
Guerreiros do Sol, de Frederico Pernambucano de Mello.
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