31 de out. de 2023

IOLANDA, MULHER, CANÇÃO E CIGARRO

  Clerisvaldo B. Chagas, 31 de outubro de 2023

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

Crônica: 2.988

Vendo nesse momento uma pasta de sabão de nome Urca, vem à lembrança nesse final de outubro de 2023, a Urca da minha adolescência. Vejo-me à Rua Antônio Tavares, brincando de nota com os companheiros. E o que chamávamos ‘nota”, era o descarte de carteira de cigarro em que o fumante amassava e jogavam-na em qualquer lugar. Nós, os adolescentes masculinos, desamassávamos a carteira de cigarro, descartávamos o papel celofane do envoltório – quando havia – estirávamos o papel em forma de cédula, dobrávamos as laterais. Cada nota funcionava como dinheiro de verdade. O valor de cada uma dependia da maior ou menor quantidade encontrada. O alumínio que envolvia diretamente os cigarros, era o mais comum e consequentemente o de menor valor.

Depois saíamos pela rua poeirenta jogando. Um rapazinho jogava uma pedra alguns metros à frente. O outro tentava acertar a pedra imóvel com outra pedra e assim sucessivamente. Quando uma pedra batia m outra, o que acertou ganhava uma nota cujo valor era combinado. Nunca vi jogo tão bom! Lembramos ainda algumas marcas de cigarros como: Continental, Astória, Hollyood, Fio de Ouro, Urca e Yolanda. Iolanda também era uma colega ginasiana, relativamente bonita. Era irmão da Dilma, outra colega ginasiana e, não tenho muita certeza, mas parece que eram filhas de um cidadão muito popular na época, chamado Imídio Birunda. Também cem certeza tinha a Socorro, colega de sala, colega de teatro e, irmã de ambas. Surgiu uma canção com o nome Iolanda a que a turma associava à nossa colega.

Peça a música no Google e pesquise a inspiração de Chico Buarque de Holanda.

 Já os cigarros Urca mostravam o morro do Rio de Janeiro no rótulo. Quando adulto tive oportunidade de conhecê-la, em excursão no passeio do bondinho que serve à montanha isolada com cabos de aço. O sabão pastoso Urca, não mostra a paisagem do rio de Janeiro.

Hoje, vejo no meu neto o jogo de outrora, transformado no brinquedo celular. Dizem que é a chamada Evolução. Será?  Estou escrevendo para extravasar essa noite mal dormida, sem nenhum sentimento de saudosismo, mas é impossível em determinados momentos não lembrar fatos corriqueiros das nossas vidas.

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29 de out. de 2023

ELZA SOARES

 Por Janael Da Silva Alves

'Um dia descobri que cantava. O meu filho mais velho João Carlos estava morrendo e eu já tinha perdido 2 filhos e não queria perder mais um. Eu não tinha dinheiro pra cuidar do meu filho e ouvi no rádio que o programa do Ary Barroso de calouros Nota 5, estava com o prêmio acumulado. Não sei como, mas eu sabia que ia buscar esse prêmio! Fiz a inscrição e me avisaram que eu precisava ir bonita. Mas eu não tinha roupa nem sapatos, não tinha nada! Então, eu peguei uma roupa da minha mãe, que pesava 60kg e vesti, só que eu pesava 32kg, já viu né? Ajustei com alfinetes. Tudo bem que agora é moda ne? Hoje até a Madonna usa, mas essa moda aí fui eu que comecei viu? Alfinetes na roupa é muito meu, é coisa de Elza!

No pé coloquei uma sandália que a gente chamava de “mamãe tô na merda”, e fui!

Quando me chamaram, levantei e entrei no palco do auditório. O auditório tava lotado, todo mundo começou a rir alto debochando de mim

Seu Ary me chamou e perguntou:

_ O que você veio fazer aqui?

_ Eu vim Cantar!

_ Me diz uma coisa, de que planeta você veio?

_ Do mesmo planeta seu Seu Ary.

_ E qual é o meu planeta?

_ PLANETA FOME!

Ali, todo mundo que estava rindo viu que a coisa era séria e sentaram bem quietinhos.

Cantei a música Lama.

O Gongo não soou e eu ganhei, levei o prêmio e meu filho está vivo até hoje, graças a Deus!

De lá pra cá, sempre levo comigo um Alfinete.

Naquela época eu achava que se tivesse alimentos pros meus filhos, não teria mais fome. O tempo passou e eu continuei com fome, fome de cultura, de dignidade, de educação, de igualdade e muito mais, percebo que a fome só muda de cara, mas não tem fim.

Há sempre um vazio que a gente não consegue preencher e talvez seja essa mesma a razão da nossa existência.'

Elza Soares

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28 de out. de 2023

PARENTE DE LAMPIÃO

  Por Guilherme Velame Wenzinger

A legenda diz: "Manoel Ferreira, parente de Lampião, exibe fuzil que silenciou em 1938."

Detalhe: O punhal no canto inferior direito escorado no que parece ser uma parede.

O Cruzeiro.

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27 de out. de 2023

CURIOSIDADE

 Acervo do Fagner Ferreira

Devido a uma atual seca no coração da Floresta Amazônica, enigmáticas gravuras antigas datadas de entre 1.000 e 2.000 anos atrás emergiram de um leito de rio. Essa descoberta marca apenas a segunda vez que esse notável fenômeno foi testemunhado.

Localizadas onde o Rio Negro e o Rio Amazonas se encontram, nos arredores de Manaus, Brasil, as raras gravuras, datadas de entre 1.000 e 2.000 anos atrás, retratam água, animais e pequenos rostos humanos. Os arqueólogos estão impressionados com isso porque o grupo de rostos humanos só foi revelado uma vez antes, em uma seca regional de 2010.


Normalmente, essas gravuras antigas ficam submersas para sempre. No entanto, uma seca recente reduziu os níveis de água para o mais baixo em mais de um século. Conhecidas como "Caretas," as principais questões que agora confrontam os pesquisadores na Amazônia são: quem esculpiu essas petroglifos e o que eles significam?


Jaime Oliveira do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acrescentou comentando o ressurgimento desses petroglifos que os antigos habitantes da Amazônia também enfrentaram períodos de seca "mais severos do que estamos experimentando agora". Pode-se concluir que, para terem criado essas gravuras, o rio estava seco ou talvez nem existisse. E se essa descoberta de animais e humanos esculpidos não fosse o suficiente, de acordo com um relatório da VOA, se a seca continuar, os arqueólogos acreditam que mais petroglifos serão revelados ao longo do leito do rio.


O que significam as gravuras?
Feitas com machados de pedra lascada, Oliveira descreveu o grupo de petroglifos como "arte gráfica complexa". Além disso, o arqueólogo disse que essas pequenas figuras humanas "transmitem emoções, tanto alegria quanto tristeza".


Portanto, quando interpretadas corretamente, as gravuras revelarão "importantes insights sobre as sociedades que viveram neste local". E, como os rostos representam diferentes emoções, também representam "estados de espírito". Esse fato permite que os arqueólogos especulem sobre o que as pessoas celebraram e sofreram durante aquele período.






- Fico feliz por tais achados.

Mais uma peça no quebra-cabeças da história da humanidade no Planeta Terra.
Texto e pesquisa por Fagner Oliveira
Para receber diariamente mais curiosidades e histórias incríveis do mundo é só me seguir

Fonte
⛲️
Desculpe inserir a fonte por link, estava na correria do trabalho e o texto foi previamente escrito, mas não coloquei a descrição da fonte... enfim

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25 de out. de 2023

ACESSE TAMBÉM O MEU BLOG: BLOG DO MENDES E MENDES.

 Por José Mendes Pereira


Você que gosta de acessar este meu blog, acesse também o pai de todos os meus sites. Ele é bem visitado. Aguardo a sua visita a ele.

Este blog que os amigos acessam, têm páginas que o número de acesso passa de 3.000. Que bom que o leitor seguisse este também este meu "blog do Mendes e Mendes". 

Aqui abaixo, o seu link para você clicar. E se não abrir, leve-o ao "google" que ele abrirá:

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Orgulhosamente, agradeço a sua visita ao meu site, que é o primeiro de todos os meus blogs, "Blog do Mendes e Mendes".

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24 de out. de 2023

"LAMPEÕES" MENORES - A AÇÃO DA POLÍCIA PERNAMBUCANA.

 

Por Guilherme Velame Wenzinger

A PROVÍNCIA(PE) - 14 de Outubro de 1927.

Cangaceiros de Lampião presos e recolhidos na cadeia de Villa Bella(PE).

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22 de out. de 2023

GITIRANA/JITIRANA

 Acervo do Jaozin Jaaozinn

Fotografia dos cangaceiros (da esquerda para a direita) Gitirana {ou Jitirana} e Jandáia, registrada no final da década de 1930, possivelmente.

Antônio José dos Santos, nasceu em 1914, viveu na região de Pão de Açúcar/AL, e, por questões de vingar a morte do pai, entrou no mundo das armas, em 1937.

Segundo os jornais, José ingressou no bando de Corisco, por convite de Cristino. Ademais, no noticiário O Globo, relata que Antônio tinha um certo "fascínio" pelas histórias sobre Lampião e o famoso Diabo Loiro, motivo este de sua entrada no cangaço.

Gitirana esteve no Massacre da Família de Domingos Ventura, em 1938, onde morreram, assassinados, cerca de 7 membros.

Além de ser apontado por ser um grande combatente, seus companheiros relatam que Gitirana era um ótimo compositor, fazia versos e cantava muito bem.

𝐸𝑁𝑇𝑅𝐸𝐺𝐴

Se entrega no dia 7 de agosto de 1940, juntamente com sua companheira Maria de Jesus, e o filho do casal. Em interrogatório, Gitirana relata o local onde escondeu seus pertences, bem como o fuzil mauser 1908, sua pistola automática e grande quantidade de munição.

Antônio José morreu de tuberculose poucos anos depois.

𝑪𝑼𝑹𝑰𝑶𝑺𝑰𝑫𝑨𝑫𝑬

No ano de 1938, espalha-se a notícia de que Cristina, mulher de Português, estava de caso com o cangaceiro cantor. O marido da cangaceira, cheio pelo ódio, pede a permissão de Lampião para que matasse os dois.

Segundo Dadá, Gitirana implora para a mesma que não deixe que o matasse, em que, numa conversa rápida, Corisco fala a Português sobre Antônio, já que era o animador do grupo, em questão das músicas, e, perdendo ele, o bando ficaria triste.

Atendendo ao pedido, o cangaceiro traído poupa Gitirana e mata a sua companheira, em forma de se vingar do ocorrido.

𝐹𝑂𝑁𝑇𝐸: 𝑱𝒐𝒓𝒏𝒂𝒍 𝑶 𝑮𝒍𝒐𝒃𝒐, 𝒍𝒊𝒗𝒓𝒐 𝑪𝒂𝒏𝒈𝒂𝒄𝒆𝒊𝒓𝒐𝒔 𝒅𝒆 𝑨 𝒂 𝒁- 𝑩𝒊𝒔𝒎𝒂𝒓𝒄𝒌 𝑴𝒂𝒓𝒕𝒊𝒏𝒔 𝒅𝒆 𝑶𝒍𝒊𝒗𝒆𝒊𝒓𝒂.

.𝐶𝐴𝑁𝐺𝐴𝐶̧𝑂 𝐵𝑅𝐴𝑆𝐼𝐿𝐸𝐼𝑅𝑂.

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21 de out. de 2023

A PRISÃO DOS MISSIONÁRIOS AMERICANOS POR LAMPIÃO

 Beto Klöckner Rueda

No dia 29 de novembro de 1930 Lampião estava descansando na casa grande da fazenda Riacho Verde do amigo José Malta, ao lado de Mata Grande, Alagoas. Trouxeram a sua presença alguns sujeitos branquelos de fala enrolada que foram aprisionados pelos cangaceiros a meia légua da cidade. Eram missionários americanos, havia também uma mulher. O líder era o missionário Virgil Frank Smith, estavam acompanhados do professor de matemática Maurício Wanderley. Lampião perguntou ao missionário como era o seu nome e o que fazia. Como o americano não se expressava bem em português, o professor Maurício explicou: - O nome dele é Virgílio capitão. É um religioso americano e está ensinando o caminho certo ao povo.

- Então somos colegas, disse Lampião. Porque eu também estou corrigindo os erros dessa gente. Diga a ele o que é que eu faço com mulher de vestido curto e cabelo cortado... e diga também que eu quero onze contos para soltá-los.

Os missionários entregaram tudo o que tinham, cédulas e umas moedas. Lampião devolveu as moedas: -Toma isso que eu não sou cego para aceitar moedas de vintem. Tratem de arranjar o resto do dinheiro.

Os missionários não tinham mais dinheiro, mas quem disse que estavam preocupados? Diziam-se felizes por terem a oportunidade de pregar o evangelho para aquelas criaturas, que também eram filhos de Deus. Começaram a ler trechos da bíblia em voz alta e cantar hinos de louvor. Lampião impacientou-se: - Meninos, soltem esses cabras e mandem embora que eu não aguento mais essa "zuada"!! Para rezar precisa gritar tanto? Será que eles pensam que Deus é surdo???

REFERÊNCIA:

IRMÃO, José Bezerra Lima. Lampião, a raposa das caatingas. Salvador: JM Gráfica e Editora, 2014. 369p.

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19 de out. de 2023

ESSE NOSSO DESENCONTRO

 Por Veridiano Dias Clemente

Hoje eu encontrei a agenda
Onde tava marcado o encontro
Fui na página , fui no ponto
Mas tava tudo rabiscado
Sem respirar fiquei tonto
Pois virou um desencontro
Mais uma vez desencontrado
Por isso vou beber um bocado
Prá afogar minhas mágoas
Sou feito um Rio de lágrimas
Que chora nos quatro cantos
Virei um timoneiro sem navio
Sem ter você sinto frio
Vivendo e sonhando tanto
Por mim mesmo nem garanto
Nunca deixar de te amar
Mas não consigo te encontrar
Minha vida virou pranto
Fechando os olhos eu te vejo
Mas o meu maior desejo
É te beijar , beijando tanto
VERÍ POETA
Caruaru - PE 19/10/23 Ás 11h23

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17 de out. de 2023

CLEMENTINO JOSÉ FURTADO.

 Por Helton Araújo

 Clementino José Furtado, popularmente conhecido como Clementino Quelé, esse sertanejo viveu os dois lados da moeda, pois foi cangaceiro e depois volante, sendo um dos maiores perseguidores de Lampião e seu bando.

Quando estava furioso, ficava com o rosto bem vermelho, daí veio seu outro apelido, " Tamanduá Vermelho b".
Conheciam Clementino Quelé? Esse era barra pesada !!!
Edição Arquivo Digital Helton Araújo

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14 de out. de 2023

LIVRO

 Por Célia Maria Silva

Do maravilhoso livro: O Cangaceiro X O Padre, obra do grande escritor e amigo Bismarck Martins de Oliveira, veio a inspiração para a história em cordel pela Cordelista Célia Maria. Trata da última passagem de Antonio Silvino pela cidade de Pocinhos na Paraíba em 28 de novembro de 1914. 

Vale a pena adquirir pelo email: cellia2012@gmail.com

https://www.facebook.com/photo/?fbid=6362861260487989&set=a.300095760097933

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13 de out. de 2023

O CANGACEIRO JURITY

 Por Juarez Chaves

  

Lampião e Juriti

O cangaceiro baiano Manoel Pereira de Azevedo, oriundo do lugarejo Salgado do Melão, chegou ao bando de Lampião, com o nome de guerra JURITI, mas LAMPIÃO, de imediato, quer trocá-lo por Maçarico, mas o recém chegado cangaceiro rejeita o novo nome por considerá-lo afeminado e impõe a sua vontade de permancer sendo chamado de JURITI. O capitão, que sempre admirou homens de personalidade e temperamento fortes, não colocou obstáculo ao preito de seu novo comandado e a partir daquele momento passaria para o esquecimento o nome Manoel Pereira de Azevedo para surgir, com todo fulgor, o perverso JURITI.

Era um rapaz de corpo atlético, esguio, louro, cabelos finos, gestos elegantes, boas maneiras, apesar de genioso e perverso ao extremo. A conta criminosa e maldita do cagaceiro de Salgado do Melão foi vasta e adubada com muito sangue e muitas dores. Tempos depois, já famoso e comentado, JURITI leva para a sua companhia a jovem Maria, uma filha de Manoel Jerônimo, vaqueiro da fazenda Picos. Vamos encontrar JURITI e sua companheira Maria no coito de Angico, junto com Virgulino Ferreira, no fatídico 28 de julho de 1938. Naquele dantesco acontecimento muitos bandidos, atônitos e sem saber o que estava acontecendo, só pensavam em fugir daquele inferno. 
Milagrosamente muitos conseguiram sair daquele inesperado abismo que se abateu sobre o grupo bandoleiro. Milagre que não foi possível para onze companheiros, incluindo o maioral, o grande chefe, LAMPIÃO. Do contingente que conseguiu se salvar alguns foram baleados. A luta para transportar os enfermos foi titânica. Os que tinham condições de carregar os feridos não pouparam esforço, mostraram que faziam parte de uma família verdadeiramente unida. Foi com admirável boa vontade e coragem que transportaram seus doentes para locais seguros, onde os mesmos pudessem ser tratados. 

Juarez Chaves
xiquexiquense.blogspot.com

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12 de out. de 2023

...ESPERANÇA...

  Por José G. Diniz


A criança é esperança
Sou seu admirador e fã
Desejo um caminho aberto
Uma mente pura e sã
De aos filhos educação
Com certeza eles serão
O futuro do amanhã.

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10 de out. de 2023

O FACÍNORA E SANGUINÁRIO CAPITÃO LAMPIÃO

  Por José Mendes Pereira

Afirmam os escritores, pesquisadores e historiadores  do cangaço que o capitão Lampião foi um dos cangaceiros mais inteligente, e além disso: perseguido, perseguidor, traído, respeitado e respeitador, adorado por muitos e rejeitado por outros, exigente, vingativo, cruel, corajoso, destemido aos arrufos de qualquer um, respeitava as opiniões dos seus comandados, mas não admitia covardia. Traição de qualquer um, mesmo que fosse feita pelos seus melhores amigos da nova e da velha-guarda, imperdoavelmente, pagava com a morte, coisa que ele não aceitava ser colocada na sua mesa de bandoleiro. Lampião vivia fora da lei, mas mantinha excelente relacionamento com os poderosos. Lampião era protegido por alguns coronéis e políticos. O governador de Sergipe Eronildes Ferreira de Carvalho era um desses, tinha amizade com Lampião e lhe fornecia armamento e munição.

Viveu quase vinte anos nas caatingas nordestinas. Perseguido pelas forças volantes dos governos, mas  mesmo assim, Lampião conseguiu ludibriá-las e manter o seu desastroso movimento social por  sete Estados do nordeste brasileiro, os quais foram: 

https://cliquesportodocanto.wordpress.com/2013/02/26/serra-talhada-pernambuco/

a - Pernambuco - sua querida terra natal que o viu nascer e crescer em Villa Bela, hoje Serra Talhada, mas foi uma que o rejeitou sem um tico de respeito, quando ele entrou no Estado com um documento com a patente de capitão, que tinha recebido das mãos do padre Cícero Romão  Batista, no Juazeiro do Norte. 

Há quem diga que o padre Cícero Romão foi um menino de recado, isto é, fazendo o que o deputado federal Floro Bartolomeu delegava. Mas existem outras informações que o padre Cícero, quando, desse encontro de Lampião, antes dele chegar a Juazeiro, o padre teria dito em tom de repúdio: "- Agora vem este homem para cá". Se é verdade, eu não sei. 

https://web.arapiraca.al.gov.br/2017/10/lampiao-e-a-rota-de-fuga-pelo-agreste-de-alagoas/

b - Alagoas – neste, Lampião resolveu atacar fortemente, protestando contra o assassinato do seu patriarca  José Ferreira  da Silva. Lampião acusava que a sua mãe Maria Sulena da Purificação, teria sido morta também pela volante do tenente Lucena, mas não foi. A morte da mãe foi problema de coração.

https://pt.foursquare.com/v/igreja-de-s%C3%A3o-vicente/4ccca569c9b846884050bec3?openPhotoId=4f707e96e4b07fa2c85b5d5c

c - Rio Grande do Norte - uma única vez, que no dia 13 de junho de 1927, foi escorraçado de Mossoró, uma das maiores decepções que o rei Lampião passou. Perdeu dois dos seus homens e nada levou em relação a valores monetários.

d - Ceará -  neste o capitão Lampião tinha respeito, afirmando que o padre Cícero Romão era um dos protetores das suas irmãs, e do Ezequiel Ferreira da Silva, que ainda era muito novo.

e - Bahia - onde ele chegou faminto com os seus homens, mas trazia paz. Ali estava para recomeçar uma nova vida, muito embora, desastrosa., porque, ele jamais pensava em abandonar o cangaço.

f - Paraíba. - E por lá fez as suas maldades contra alguns.

g - Sergipe - e foi neste aonde o capitão Lampião, se tivesse tido tempo, teria dito aos seus conterrâneos brasileiros, principalmente de Pernambuco: "- Estou partindo para a eternidade, meus conterrâneos!". 


Dias antes da sua morte, estabeleceu a sua Central Administrativa da famosa "Empresa de Cangaceiros & Cia",  na Grota do Angico, nas terras de Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, onde lá, os policiais tinham preparados a sua última participação no cangaço. E na madrugada de 28 de julho de 1938, no Estado de Sergipe, ele foi morto, juntamente com a sua rainha e mais 9 cangaceiros, que pertenciam a sua afamada "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia".

Nos anos trinta, do século XX, Lampião resolveu colocar em seu bando uma senhora, Maria Gomes de Oliveira, que no bando ficou conhecida como dona Maria, quando falavam diretamente a ela, e ou dona Maria do capitão, esse último, era quando falavam nela. 

Ela nasceu no dia 8 de março de   1911 em uma minúscula fazenda em Santa Brígida, no Estado da Bahia. (existe uma outra data adquirida através do pesquisador Voldir de Moura Ribeiro. - Clique neste link para ter mais informações: https://tokdehistoria.com.br/2011/10/25/sociologo-encontra-novas-informacoes-sobre-maria-bonita/

Era filha do sofrido casal José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição Oliveira, tendo como irmãos:   

Benedita, Antonia, Amália (não confundir com Anália que era irmã de Lampião. Joana, Olindina, Francisca, José, Arlindo, Ananias, Isaías Ozéas todos sendo Gomes de Oliveira.

Aos 15 anos de idade, Maria Bonita resolveu se casar, tendo como marido, o sapateiro José Miguel da Silva, o Zé de Nené, que não levando sorte, durante o tempo em que viveram juntos, a sua vida foi infernizada pelo desastroso casamento, quando o sapateiro não a valorizava, e com isso, as brigas eram constantes no lar.    

Apesar de ser cangaceiro os pais de Maria Bonita tinham admiração por Virgulino Ferreira da Silva (existem registros que afirmam que quando Maria Bonita se juntou a Lampião o seu pai debandou-se por aí, porque não queria tal união). 

O que sentiu Lampião por Maria Bonita foi sem dúvida, o tipo físico de mulher brasileira, olhos e cabelos castanhos que fazia com que muitos a desejassem, por ser considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca entre os dois que posteriormente Lampião a convidou para fazer parte do seu respeitado bando.               

Após a entrada de Maria Bonita na "Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia", muitos asseclas levaram as suas amadas para as caatingas, como o cangaceiro Corisco, que raptou uma jovem de 13 anos, para acompanhá-lo na mais perigosa vida, que é a de viver em correria dentro das matas, quando eram perseguidos pelas volantes. 

Mas mesmo usando o seu malabarismo finalmente na madrugada de 28 de Julho de 1938, na Grota do Angico Lampião e mais dez cangaceiros foram executados pelas forças volantes comandadas pelo tenente João Bezerra da Silva, e entre eles, estava a sua rainha Maria Bonita.

Uns dizem que Lampião havia chegado a sua hora. Outros dizem que Lampião foi envenenado. Outros dizem que Lampião fugiu do cerco e foi embora para o Norte de Minas Gerais. Outros afirmam que a morte do rei e da rainha aconteceu, devido um bom cerco policial que o seu matador havia preparado. O certo é que o compadre Lampião chegou ao fim, e que eu acho que ninguém se esconde de ninguém por muito tempo. Um dia chegará a sua vez. 

O Lampião verdadeiro lá de Serra Talhada do Estado de Pernambuco se foi, mas muitos Lampiões surgiram e continuam roubando, matando inocentes, depredando o que se adquiriu com tanto esforço.

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