Por : Helton Araújo
Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1942 ( sábado ). Matéria do jornal " A Noite "
Iniciamos nossa viagem nas páginas do periódico A Noite, onde a matéria nos apresenta a detenção do " CANGACEIRO DO REALENGO ", obviamente quando falamos de " cangaciero " logo nos vem a mente os cabras que infestaram o sertão nordestino, porém esse suposto cangaceiro foi preso no Rio de Janeiro, e daí já poderíamos descartar sua ligação com o cangaço que tanto estudamos, mas é preciso calma, algumas informações na matéria merecem uma atenção especial. Primeiro vamos seguir conhecendo melhor nosso personagem principal.
José Ferreira de Brito, conhecido como o " Cangaceiro do Realengo ", nasceu em Garanhuns, Estado de Pernambuco e na data da publicação da matéria ( 1942 ) contava com 35 anos, calculando as informações o mesmo teria nascido no ano de 1907.
Revelou ao periódico ser primo do afamado cangaceiro ANTÔNIO SILVINO e prosseguiu dizendo que o mesmo o visitava no Realengo.
Chegou ao Rio de Janeiro em fins de 1931, foi para o exército de onde teve baixa recentemente. Precisando se manter, vivia de agiotagem, trabalhando para um capitalista, sua fama de valente o elevou ao cargo de " homem de cobranças ".
Revelou também ser fã de armas, principalmente as de fogo, dizendo investir todo seu dinheiro em aquisição das mesmas. E de fato, a polícia aprendeu em seu barracão algumas delas : Duas Mauser e um Parabellum, farta munição, além de muitas indumentárias usadas por cangaceiros, como chapéu de couro, cartucheiras, um afiadíssimo facão entre outros objetos que estavam em sua posse. ( como vocês podem ver na imagem 4 da postagem ).
Sobre os assaltos que praticou, onde arrecadou significativa quantia, disse não ter feito nada planejado e confessou que agiu só. O comissário Djalma Braga com apoio do detetive Moreira foram os responsáveis por sua prisão.
Ao chegarem no local tomando todas as medidas de segurança que se faziam necessárias, prenderam o salteador que não ofereceu resistência, apenas se levantou, ficou imóvel e depois seus olhos de encheram de lágrimas. De cabeça baixa acompanhou a autoridade até a delegacia.
Observações : Cabe aos pesquisadores buscarem mais informações sobre esse suposto grau de parentesco de José Ferreira Brito com Antônio Silvino, como por diversas vezes é citada nas 3 páginas que foi dedica a essa matéria do jornal A Noite.
Imagem 1 : Recorte da página principal sobre a apreensão do " Cangaceiro do Realengo "
Imagem 2 : O " Cangaceiro do Realengo " entre seus capitores.
Imagem 3 : O senhor José da Motta Oliveira, uma das vítimas do " Cangaceiro do Realengo ", conta o dinheiro que lhe foi roubado, e agora tendo a quantia de volta entregue pelas autoridades.
Imagem 4 : Chapéu de couro, cartucheiras, armas, munições entre outros objetos apreendidos como o " Cangaceiro do Realengo ".
Deixo claro que todas as informações são de total responsabilidade do Jornal A Noite, apenas transcrevi de maneira mais resumida.
Fonte : Jornal A Noite
Edição Arquivo Digital Helton Araújo
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