25 de ago. de 2022

DOS FEITOS EM AQUIDABÃ, SE ZÉ DO PAPEL E LAMPIÃO

  Por Archimedes Marques*

Em meados de outubro de 1930 quando o bando de Lampião entrou na cidade de Aquidabã, em Sergipe, o ínfimo contingente policial fugiu às pressas deixando as pessoas totalmente desprotegidas e nas garras dos cangaceiros. Aquele era o retrato da força policial sergipana do governador Eronides de Carvalho, filho de Antônio Caixeiro, sem dúvidas, dos maiores coiteiros que o famigerado Lampião teve na sua vida bandida por cerca de 20 anos no nordeste brasileiro.

Aquidabã na década de 40
Fonte Governo Municipal

José Custódio de Oliveira, o Zé do Papel, em virtude de ser uma pessoa aparentemente de classe privilegiada, de classe média para rica, um pecuarista e proprietário da Fazenda Pai Joaquim, fora abordado por Lampião e dentro da sua residência na cidade de Aquidabã, além de certa quantidade de dinheiro, fora encontrado dez balas de fuzil em uma cômoda, sendo daí interpelado para contar onde estava a arma, pois pela lógica, havendo munição haveria a consequente arma, oportunidade em que o trêmulo cidadão afirmou ter emprestado o mosquetão para o juiz de direito daquela comarca, Dr. Juarez Figueiredo.
Tal fato, provavelmente incutiu na mente de Lampião que a arma fora passada ao juiz, justamente para que ele se defendesse do seu bando, daí, enraivecido com o fato, o chefe do cangaço, irracional e impiedosamente arrastou Zé do Papel ruas acima e em frente a um armazém próximo da praça principal da cidade decepou à golpe de faca a sua orelha, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes de torturas contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental de nome Souza de Manoel do Norte, mais conhecido por Abestalhado, que se fez de corajoso na sua insanidade sacando um pequeno canivete com o qual cortava fumo de corda para fazer seu cigarro de palha e com tal arma teria desafiado os cangaceiros. 
Diante do fato, o sanguinário Zé Baiano partiu em verdadeira fúria contra o pobre do doido ceifando a sua vida a golpes do seu longo e afilhadismo punhal de 70 centímetros, em luta totalmente desigual de um ínfimo canivete em mãos de um doente mental contra um longo punhal em mãos de um feroz e impiedoso cangaceiro. Não satisfeito com o bárbaro assassinato, Zé Baiano abriu a barriga da pobre vítima para retirar gordura e untar as suas armas de fogo. Tal pratica era useira e vezeira quando os cangaceiros eliminavam as suas vítimas e queriam impressionar a população para serem mais respeitados ainda do que já eram.
Consta que Zé do Papel na agonia de sentir o sangue escorrendo pescoço abaixo ainda foi obrigado a beber um litro de cachaça que ao mesmo tempo era usada para estancar o seu ferimento e aliviar a sua dor. Em meio a esse místico de humilhação, crueldade, sangue e cachaça o endiabrado cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer, entretanto, o Eduardo Melo não teve a mesma sorte e faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida.


Assim, Aquidabã viveu o maior dia de terror da sua história. Assim Aquidabã fora vítima das atrocidades dos cangaceiros e para sempre pelos seus sucessores moradores aquele dia será lembrado.  Assim, Aquidabã fora vítima também do próprio Estado que deveria ser o protetor do povo, mas que estava ausente. Ausente pela covardia dos seus policiais que fugiram mato adentro sem esboçarem reação alguma. Ausente pela pouca ou nenhuma vontade política de verdadeiramente se combater o cangaço nas nossas terras.
De tudo isso, por incrível que pareça, a Justiça de Aquidabã, sequer abriu Processo Criminal contra Lampião e seu bando. Teria o juiz Juarez Figueiredo, o mesmo que estava com o fuzil emprestado de Zé do Papel, responsável indireto pelo decepamento da sua orelha se acovardado para não providenciar qualquer procedimento judicial contra Lampião?...
Por outro lado, em igual modo de impunidade falando, dizem – e a história de certo modo comprova –  que a polícia de Sergipe era uma polícia de “faz de conta”: Fazia de conta que caçava Lampião, e, Lampião por sua vez, fazia de conta que era caçado.
*(Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br
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23 de ago. de 2022

LIVRO

  Por José Mendes Pereira

Você leitor, e eu, vamos participar do casamento de José Ferreira da Silva (Santos) com a dona Maria Sulena da Purificação (Maria Lopes) pais dos irmãos Virgolino Ferreira da Silva, Antonio Ferreira da Silva, Levino Ferreira da Silva e Ezequiel Ferreira Silva.

Vamos chegar devagarinho! Pés às alturas, como se nós estivéssemos flutuando em um picadeiro de circo, silêncio total, sem pigarrearmos em momento algum, para vermos o que irá acontecer durante esta união familiar. Não se preocupe, os irmãos Ferreiras não estão aqui entre nós, eles ainda irão nascer, primeiro Antonio Ferreira, depois Levino Ferreira, depois Virgolino Ferreira e por último (dos homens) Ezequiel Ferreira da Silva.

O casamento destes famosos e futuros pais de 4 cangaceiros você irá adquirir toda história no livro: "Lampião a Raposa das Caatingas", do escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão - a partir da página 70.

Esta maravilhosa obra você irá encontrá-la através deste e-mail: franpelima@bol.com.br, com Francisco Pereira Lima, o professor Pereira, lá de Cajazeiras no Estado da Paraíba.

A maior obra já escrita até hoje sobre cangaço, e sobre a família Ferreira, do afamado Lampião.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/.../lampiao...

Fotos:

1 - Livro: "Lampião a Raposa das Caatingas";

2 - José Ferreira da Silva e Maria Sulena da Purificação os pais de Lampião;

3 - O autor do livro José Bezerra Lima Irmão.

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22 de ago. de 2022

LIVRO

   Por José Mendes Pereira


Recentemente o escritor e pesquisador do cangaço Guilherme Machado lançou o seu trabalho sobre o mundo dos cangaceiros com o título "LAMPIÃO E SEUS PRINCIPAIS ALIADOS". 

O livro está recheado com mais de 50 biografias de cangaceiros que atuaram juntamente com o capitão Lampião. 

Eu já recebi o meu e não só recebi, como já o li. Além das biografias, tem fotos de cangaceiros que eu nem imaginava que existiam. São 150 páginas. Excelente narração. Conheça a boa narração que fez o autor. 

Pesquisador Geraldo Júnior

Prefaciado pelo pesquisador do cangaço Geraldo Antônio de Souza Júnior. Tem também a participação do pesquisador Robério Santos escritor e jornalista. Duas feras no que diz respeito aos estudos cangaceiros.

Jornalista Robério Santos

Não deixa de adquiri-lo. Faça o seu pedido com urgência, porque, você sabe muito bem, livros escritos sobre cangaços, são arrebatados pelos leitores e pelos colecionadores. Então cuida logo de adquirir o seu! 

Pesquisador Guilherme Machado

Adquira-o através deste e-mail: 

guilhermemachado60@hotmail.com
Ou dê um pulinho lá em Cajazeiras:

franpelima@bol.com.br

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21 de ago. de 2022

MARIA SULENA DA PURIFICAÇÃO

    Por José Mendes Pereira

A mãe dos Ferreiras tinha uma porção de nomes os quais são: Maria Sulena da Purificação, Maria Vieira do Nascimento, Maria Vieira da Soledade,  Maria Lopes da Conceição, Maria Santina da Purificação e Maria Lusulina da Purificação. E todos estes, é uma só pessoa, isto é, uma só Maria, sendo o  mais conhecido, Maria Lopes da Conceição.  

Era a esposa do pacato José Ferreira dos Santos ou Silva, que foi assassinado pela volante do tenente Zé Lucena. Ela nasceu no ano de 1873, já se passaram 149 anos, no Sertão Pajeú, Serra Talhada, Pernambuco, às margens do Riacho São Domingos, um dos afluentes do Rio São Francisco. 

Era filha de Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jocosa Vieira. Batizou-se na capela de Vila Bela de São Francisco, em Pernambuco, e seus padrinhos foram: Manoel Pereira da Silva (Manoel da Passagem do Meio), irmão de Padre Pereira e dona Constância Pereira da Silva (sua segunda esposa) eram os pais de Sebastião Pereira (Sinhô Pereira, primeiro e único patrão fora-da-lei de Lampião). 

Sinhô Pereira 

O casamento de dona Maria Lopes com José Ferreira foi realizado na tarde do dia 13 de outubro de 1894, na igreja da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio. Ele tinha 22 anos e ela tinha 21. A cerimônia foi presidida pelo cônego Joaquim Antônio de Siqueira Torres. 

Padre Joaquim Antônio de Siqueira Torres

Na pregação o Padre Quincas declarou: "- Tenho a satisfação de assistir a este enlace matrimonial de gente que conheço: boa, amiga e cristã. Faço votos ao Bom Jesus pela felicidade do casal e o futuro muito grande de seus filhos. 

O casal teve 11 filhos dos quais 2 crianças faleceram ainda pequeninas. O terceiro, ficou famoso: Virgolino, mais tarde, Lampião.  É aí, onde essa Maria com tantos nomes passou para a história.

Maria criou os filhos com autoridade dentro dos rígidos costumes sertanejos. A vida da família era pacata, até Virgolino virar cangaceiro. A situação tornou-se insuportável para ela, sendo obrigada a deixar sua casa, viver de sobressaltos, perseguições etc. O coração não suportou e Maria Sulena morreu no mundo de infarto, aos 47 anos, em Alagoas, no dia 30 de abril de 1920. Foi enterrada discretamente no Cemitério Santa Cruz do Deserto.  

Algumas informações do livro "Lampião a Raposa das Caatingas" de José Bezerra Lima Irmão.

Entre em contato com o professor Pereira através deste e-mail 

franpelima@bol.com.br 

e adquira esta maravilhosa obra.

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20 de ago. de 2022

A ODISSÉIA DE LAMPIÃO RUMO A JUAZEIRO.

  Por Lampião, Cangaço e Sertão

https://www.youtube.com/watch?v=cwPWSWitOPw&feature=share&fbclid=IwAR3lAYt1738oUohjLXrZpqC6l2RhAG_sEWwdgIy6zOqP6SCuMauYxKyfWdE&ab_channel=Lampi%C3%A3o%2CCanga%C3%A7oesert%C3%A3o

Ainda sobre a nossa serie da falsa patente de Lampião, nos vamos mostrar agora como o chamado do dr. floro chegou ate as mãos de lampião em Pernambuco.

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19 de ago. de 2022

A HISTÓRIA DE EZEQUIEL É SEMELHANTE À HISTÓRIA DO JARARACA...

  Por José Mendes Pereira

VAMOS AOS DETALHES QUE NÃO TÊM NENHUM VALOR PARA A LITERATURA CANGACEIRA, APENAS MINHAS INQUIETAÇÕES.

Jararacas no Cangaço

Francisco Pereira Lima (*)
Em 2005, o professor e pesquisador do cangaço Francisco Pereira Lima, esteve com uma senhora de nome Maria Pedro da Silva, que se dizia ser filha de José Leite de Santana, o cangaceiro Jararaca, que foi assassinado em Mossoró. Quem melhor conta para nós, é o próprio  professor.

A História do Cangaço está recheada de mistérios, segredos, injustiças, violências, equívocos e tantos outros adjetivos que representam esse fenômeno. Uma família, no município de Cajazeiras (PB), vivenciou um equívoco, que durou 66 anos, envolvendo o atroz cangaceiro Jararaca. Vamos aos fatos: Nas minhas andanças e entrevistas atrás de novidades sobre o Cangaço, fui informado que aqui em Cajazeiras (PB) existia uma família, parenta próxima do cangaceiro Jararaca. Procurei localizá-la e cheguei, em dezembro de 2005, à Dona Maria Pedro da Silva, 81 anos, viúva, residente no Bairro Vila Nova em Cajazeiras.
Depois dos cumprimentos de praxe, perguntei a mesma sobre o seu parentesco com Jararaca e ela me respondeu: “Sou neta de Jararaca, que ficou ferido e depois morreu em Mossoró, quando Lampião tentou invadir aquela cidade”. Em seguida, perguntei à Dona Maria, o que ela sabia sobre a pessoa e a história do seu avô Jararaca e a mesma, com uma lucidez impressionante, foi relatando:
- “O meu avô se chamava Patrício Pedro da Silva, era natural de São José de Lagoa Tapada (PB). A minha avó dizia que o mesmo era moreno, de cabelo bom e muito corajoso. Pai de cinco filhos: José, Hanorina que era a minha mãe, Antônia, Severino e Raimundo”.
Procurei saber de Dona Maria o motivo do seu avô ter entrado no cangaço e ela me respondeu:
- “Meu avô largou minha avó e se juntou com outra mulher chamada Maria José, no ano de 1921. Com essa teve um filho e como moravam todos próximos na Beira do Rio, no município de Cajazeiras, a minha avó aproveitou que Maria José foi tomar banho frio, do final do resguardo, e lavar os panos do neném recém-nascido no rio e lhe aplicou uma grande surra. O meu avô ficou muito revoltado com a esposa e mandou lhe dizer que vinha acertar as contas com ela. Um irmão dele, chamado Manuel Pedro da Silva, tomou as dores da cunhada e mandou avisar ao irmão Patrício, que se fizesse algum mal a minha avó, morreria na hora. A família da mulher, vítima da surra, queria uma providência, então o meu avô ficou sem saída. Foi na casa da minha avó e disse a ela que ia para o Cangaço de Lampião, ia se chamar Jararaca e não voltaria nunca mais. Foi embora e até hoje”.
Quis saber quando e como a família ficou sabendo da morte de Jararaca, em junho de 1927, na cidade de Mossoró, ela respondeu:
- “Os meus pais moravam no distrito de Boqueirão município de Cajazeiras em 1939, eu tinha 13 anos. Vizinho da gente morava seu Nezim Guarda, o qual tinha um irmão chamado Quinco que morava em Mossoró. O mesmo vindo passear em Boqueirão falou para minha mãe Hanorina, filha de Jararaca, que o mesmo tinha morrido em Mossoró, quando Lampião tentou invadir aquela cidade. Daí em diante, nós todos da família, passamos a acreditar na história contada por seu Quinco, como sendo a verdade sobre o fim de Patrício Pedro da Silva, o Jararaca”.
Ouvi tudo atentamente e no final da conversa disse a Dona Maria que, com absoluta certeza, o Jararaca de Mossoró não era o seu avô Patrício Pedro da Silva e que se tratava de um equívoco, pois o cangaceiro com esse nome que morreu em Mossoró, foi José Leite de Santana, nascido em 1901, natural de Buíque (PE) e que entrou no Bando de Lampião em 1926. Dona Maria me agradeceu as informações, mas lamentou ter ficado tanto tempo acreditando numa história que não representava a verdade sobre seu avô.
Em 2006, Kydelmir Dantas e Paulo Gastão, Diretores da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço), fizeram uma visita a Dona Maria, aqui em Cajazeiras e ouviram essa história. A pergunta que fazemos e não temos a resposta exata, é a seguinte: seria Patrício Pedro da Silva, o Jararaca I, que foi morto em combate, entre abril e maio de 1922, na localidade Açude velho, Vila Bela, hoje Serra Talhada, pelas volantes comandadas pelos tenentes Manuel Benício, paraibano e Optado Gueiros, pernambucano?
Érico de Almeida, no seu livro “Lampião, sua história” (1998, p.27), faz referência a esse fato afirmando que foram mortos, nesse combate, os cangaceiros “... Coruja, Jararaca e Vereda...”.
O pesquisador e escritor paraibano Bismarck Martins de Oliveira, no seu livro “O Cangaceirismo no Nordeste” (2002, p. 232-233), menciona a existência de três cangaceiros do Bando de Lampião com o nome Jararaca, em épocas diferentes. Sobre o Jararaca I, o autor não tem dados biográficos, apenas que foi morto em 1922, em Vila Bela; sobre o segundo, José Leite de Santana, o Jararaca de Mossoró, a sua história é contada em verso e prosa. Sobre o terceiro, era baiano e entrou no bando de Lampião, quando o mesmo passou a agir naquele Estado a partir de 1928. Com essas, linhas fica registrada mais uma das milhares de “Histórias do Cangaço”.

(*) O autor é Professor de Historia, Pesquisador do Cangaço, membro da União Nacional de Estudos Históricos e Sociais (UNEHS) e sócio da SBEC.
https://blogdomendesemendes.blogspot.com/2022/08/caso-ezequiel-irmao-de-lampiao-viveu-no.html

Se você leitor, bem analisar (ver site do Kiko Monteiro, mas lembre que nada contra a quem escreveu, e nem tão pouco ao Kiko Monteiro, apenas contra o depoente), ver que as informações do suposto Ezequiel, são simplesmente farsas. E comparando as fotos que possivelmente foram feitas no mesmo período que ele esteve em Serra Talhada, não tem semelhança uma com a outra. 

Ezequiel Ferreira, suposto irmão de Lampião

"Em 16 de janeiro de 1985, segundo o site, o Ezequiel de Valença deu uma entrevista ao jornalista Antônio de Pádua, do “Jornal da Manhã”, de Teresina, deixando-se fotografar ao lado do vereador valenciano Luís Rosa. Suponho que o alegado irmão de Lampião temia alguma repercussão jurídica negativa de sua entrevista, pois estava presente na mesma o afamado advogado piauiense Dr. Alfredo Cadena Neto, segundo a reportagem".  

Na minha opinião, o que ele temia, era que a sua farsa fosse desmascarada diante das pessoas presentes. O motivo mais para isso, não existia, vez que já havia se passado tantas décadas depois do ocorrido no cangaço, Isto era o seu medo. Nada judicial. Ele já tinha conhecimento que aqui no Nordeste, ninguém mais falava em cangaceiros, muito menos em Lampião, porque, o Getúlio Vargas já havia perdoado todos os delinquentes da empresa do seu irmão.

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17 de ago. de 2022

16 de ago. de 2022

UMA MARCANTE EXPERIÊNCIA CHAMADA CARIRI CANGAÇO

  Por Franklin Serra

Franklin Serra, Manoel Severo, Julierme do Nascimento e João Costa

Intenso, vibrante, cheio de entusiasmo — assim me pareceu o Cariri Cangaço sob as batutas de Manoel Severo e de  Celsinho Rodrigues.  O evento aconteceu em Piranhas - AL nos dias 28 a 31 de julho do corrente ano. Tive meu interesse despertado para o tema Cangaço ainda na adolescência,  quando li meu primeiro livro sobre o assunto: Lampeão  - Memórias de um Oficial Ex-Comandante de Forças Volantes, do tenente Optato Gueiros.  Meu pai adquiriu o livro em  Teresina - PI ainda no ano de 1952, quando por lá passou o próprio tenente, anunciando e vendendo, previamente,  o livro que ainda estava no prelo. Fui fisgado pelo sentimento contraditório, como disse  certa vez o imortal Ariano Suassuna,  “de admiração e repulsa pelos cangaceiros.” Com essa leitura, estava lavrada a terra em que brotaria um interesse vivo e contínuo pelo homem nordestino, suas lutas, seus desesperos,  suas glórias.  

Não parei mais. Como um famanaz rastejador, fui  garimpando e escarafunchando a terra fértil,  onde  vicejam autores das estirpes de Luitgard Barros, Antônio Amaury, Marilurdes Ferraz, João Gomes de Lira, Oleone Fontes, Frederico Pernambucano, João Bezerra, Rodrigues de Carvalho  e de tantos outros.  No entanto,   faltava-me  um encontro presencial com os autores e pesquisadores da saga cangaceira. Essa  oportunidade veio com o Cariri Cangaço Piranhas. 

Franklin Serra e Roseli Serra e Dantas Suassuna
Roseli e Franklin Serra, Paulo Britto e Ane Ranzan

O encontro não me decepcionou. Como esperado, fiz novas amizades, adquiri  boa literatura, conheci pessoas admiráveis,  a exemplo da Sra. Terezinha Rodrigues, minha colega de profissão e filha do lendário Chiquinho Rodrigues, que, praticamente sozinho, botou pra correr os bandos de Corisco e Gato naquela longínqua manhã de 29 de setembro de 1936. 

O momento  mais emocionante do encontro foi quando  toda a comunidade do Cariri Cangaço se colocou de pé, às margens do Velho Chico, para homenagear o  escritor Antônio Amaury Correia de Araújo, falecido recentemente e que teve as suas cinzas depositadas no majestoso rio.   Amaury é um exemplo para todos nós. Como um incansável rastejador, percorreu ele todos os cantos e recantos deste imenso nordeste em sua inescapável vocação de caçador de minúcias cangaceiras. Gastou sapato, e tempo, e vida, e paciência, deixando-nos um acervo excepcional, fruto de uma vida inteira de incansável trabalho. A ele nossa homenagem.  

Sinto-me, portanto, feliz por ter participado desse importante encontro do “Brasil de alma nordestina.” Parabéns aos organizadores.

Franklin Serra; Graças, Recife, 16 de agosto de 2022

O Cariri Cangaço Piranhas aconteceu entre os dias 28 e 30 de julho de 2022 na cidade ribeirinha de Piranhas, baixo São Francisco, no estado de Alagoas, nordeste do Brasil.

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/08/uma-marcante-experiencia-chamada-cariri.html

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15 de ago. de 2022

BREJÃO DA CAATINGA- MASSACRE DO LAMPIÃO

 Por Cris Santos

https://www.youtube.com/watch?v=TGbAHj6T-Gg&ab_channel=CrisSantos

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14 de ago. de 2022

SOBRE ARMAS E LIVROS - DOIS MOMENTOS

  Por Sérgio França

Carlos Elydio, Junior Almeida, Valdir Nogueira, Odilon Nogueira, Kydelmir Dantas e Sérgio França, no Cariri Cangaço Piranhas 2022

Em julho do ano de 1938, a cidade de Piranhas, estado de Alagoas, foi palco de um dos acontecimentos mais marcantes da História do Brasil. De lá partiram os homens que dariam cabo da vida do maior líder de cangaceiros, o Capitão Virgulino Ferreira, o Lampião. Nesse contexto, destacam-se como personagens dessa história com cheiro de chumbo e sangue os nomes dos próprios cangaceiros, tais como Lampião e sua Maria Bonita, Corisco e Dadá, Gato e Zé Sereno, apenas para citar alguns; chefes políticos locais ou coronéis, por exemplo, Zé Rodrigues, Delmiro Gouveia e Lucena; coiteiros de cangaceiros, como Joca Bernardes; e, por fim, mas não menos importantes, os representantes das chamadas volantes, que cumpriam o papel de perseguir e prender ou exterminar os cangaceiros, a quem pode ser citado para ilustrar o capitão João Bezerra, comandante das tropas do combate em Angicos.

Luci e Sérgio França e Manoel Severo em noite de Cariri Cangaço Piranhas 2022

Oitenta e quatro anos depois, sobre o mesmo palco da cidade de Piranhas, pôde-se vivenciar um evento cultural de grande magnitude, que reuniu em três inesquecíveis dias diversos historiadores, jornalistas, pesquisadores e demais apaixonados pelo tema: o Cariri Cangaço – Piranhas 2022. Nessa história, com cheiro de ciência e cultura, os protagonistas são aqueles que se dedicam a revelar os mistérios do passado, que não se conformam com os pontos de interrogação e vão em busca de desvendar os “porquês” do que já se viveu. Pessoas com grande conhecimento sobre a matéria do cangaço e com um desprendimento ainda maior em compartilhá-lo com os principiantes e menos experientes (nos quais me incluo). Assim, foi enriquecedor peregrinar pelos “caminhos da resistência” pela bela arquitetura oitocentista de Piranhas, navegar sobre as águas do “Velho Chico”, vencer a trilha para a Grota do Angico e beber na fonte do conhecimento de pessoas como Ivanildo Silveira, Leandro Cardoso Fernandes, João de Sousa Lima, Gilmar Teixeira, Valdir Nogueira, Ângelo Osmiro, Manoel Severo, Kydelmir Dantas, Maria Otília Cabral de Souza, Júnior Almeida, Ricardo Beliel, Luciana Nabuco e tantos outros ali presentes.

Luci e Sérgio França no Cariri Cangaço Piranhas 2022
Sérgio França e Mestre Folheteiro Jurivaldo

Demais disso, não deixemos de mencionar a interação, a integração e a emoção desse seleto grupo de estudiosos, emoção levada ao seu grau máximo no momento da justa homenagem ao grande escritor Antônio Amaury Corrêa de Araújo. Por meio dos debates, discursos e obras presentes, foi possível ainda aproximar-se do legado deixado por Antônio Amaury, mas também por Alcino Alves da Costa, Paulo Medeiros Gastão, Maria Cristina Russi da Matta Machado e tantos outros que abraçaram o cangaço como objeto de estudo por toda a vida.

Em suma, de 28 a 30 de julho de 2022, o Cariri Cangaço Piranhas 2022, sob a irretocável curadoria de Manoel Severo, concretizou em sua mais alta intensidade seu conhecido lema, realizando efetivamente o grande encontro da Alma Nordestina! Obrigado, Cariri Cangaço.

Sérgio França – Recife, Pernambuco BR  15 de agosto de 2022

O Cariri Cangaço Piranhas aconteceu entre os dias 28 e 30 de julho de 2022 na cidade ribeirinha de Piranhas, baixo São Francisco, no estado de Alagoas, nordeste do Brasil.

https://cariricangaco.blogspot.com/2022/08/sobre-armas-e-livros-dois-momentos-por.html

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13 de ago. de 2022

LIVRO "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS"

  ESTE LIVRO CONTINUA FAZENDO SUCESSO EM TODO BRASIL.   Depois de onze anos de pesquisas e mais de trinta viagens por sete Estados do Nordes...