07 novembro 2017

ZÉ PEDRO: CANGACEIRO DE PARADOXOS

Por Joel Reis

A numerosa família Pedro habitava um quarteirão inteiro da Rua da Conceição, em Juazeiro do Norte – CE. Constituída por Mané Pedro, Chico Pedro, Antônio Pedro, João Pedro, Joaquim Pedro, outros Pedro e Zé Pedro; o mais velho dos irmãos e chefe da família. Eram homens do trabalho, uma família de lavradores de mandioca no chapadão do Araripe, mercadores de cereais das feiras do Cariri, artífices carpinteiros, sapateiros, ferreiros... Viviam com certa prosperidade em terras que para viver é preciso ter coragem.

A família Pedro não era de levar desaforo para casa. Mesmo no modo de vida pacato que levavam os Pedro mostravam coragem a cada passo, depressa se habituaram à luta. 

Zé Pedro, ora carrancudo, ora alegre e risonho, possuía muita força vital, corpulento, estatura alta, cabeça chata, cabelos encarapinhados, face, boca, dentes e orelhas regulares, aliás, não tinha nenhum outro estigma físico aparente de degenerescência. Usava chapéu de couro grande e quebrado na testa, um rifle, um revólver, um punhal, duas cartucheiras e um saco de bala. Apesar da valentia era um cangaceiro de atitudes nobres, não tomava dinheiro à força, não matava por perversidade, não desonrava e não incendiava. Um cangaceiro destemido, que só brigava, ou quando provocado ou por questões políticas. Não tinha preocupação nem vaidade.

Em 23 de janeiro de 1914, Zé Pedro liderou mais de 40 homens, entre eles seus irmãos, no ataque ao Crato – CE. Insultaram a tropa de guarnição da cidade, para fazê-la gastar munição, mas não se contentaram. Zé Pedro tomou a trincheira do Barro Vermelho, a do Fundo da Maca e a da Praça do Rosário, arrebentou as grades da cadeia do Crato e restituiu a liberdade ao famoso Zé Pinheiro. Em vinte horas de fogo tomou a cidade. Assim, a Revolução de Juazeiro do Norte sagrou-se vitoriosa. 

Certo dia, Zé Pedro em uma bodega a beber, alguns soldados o quiseram prender. Raimundão um soldado valente e desordeiro, foi quem lhe deu a clássica voz de prisão: “esteje preso”. Antes não o fizera porque certamente, pela primeira vez, sua cabeça sofreu a consequência da sua ousadia, do seu atrevimento de querer prender o mais valente dos Pedro. Uma forte bofetada estalou-lhe tão pesada no ouvido, que Raimundão baqueou, pesadamente, no solo. Fechou o tempo. Cerca de quinze soldados eram presentes. Naquele momento, a única arma de Zé Pedro era um punhal de três palmos. Era quanto bastava. Como, porém, não era perverso, preferiu apenas abrir alas... Com o punhal traçou uma circunferência, colocou-se de pé no centro dela e bradou: 

- Ô macaco! (é assim que os cangaceiros chamam os soldados) Quem pôr o pé neste risco, morre... (e morria mesmo).

Os soldados tinham plena certeza disso. Assim, acharam melhor dar por findo o incidente e continuar a beber com Zé Pedro. Com um cangaceiro valente, não procede de outra forma a polícia dos Sertões.

Outro fato se deu na chapada do Araripe, local onde havia uma grande plantação de mandioca, e os criadores de Pernambuco acharam que deviam fazer solta de seu gado na lavoura dos romeiros do Padre Cícero, os desbravadores e cultivadores daquela serra. O governo de Pernambuco, diante da reação dos romeiros, mandou para aquela serra uma força de polícia para garantir o gado dos criadores do seu Estado, na destruição da lavoura dos agricultores do Cariri.

Zé Pedro e seu amigo inseparável Mané Chiquinha foram ao encontro da tropa. E no fogo da Taboca, do embate dos dois com o exército pernambucano, resultou sair ferido um porco, o qual, morrendo depois. O oficial comandante se apressou em indenizar o respectivo dono! De certo, para Recife, a história foi contada de modo a realçar a correção do oficial comandante da tropa que enfrentou dois cangaceiros e matou um porco! Tem sido dessa ordem as providências dos governos do Norte, na repressão ao banditismo.

Zé Pedro bem que podia ter chamado a serra Zé Pinheiro e seus homens que estavam garantindo o gado na destruição da lavoura dos pobres. Teria assim feito diminuir, um pouco, a calamidade da seca de 1915, prestando mais um grande serviço ao Estado, mas não quis chamar. Os ousados camaradas inseparáveis, Zé Pedro e Mané Chiquinha habituados às grandes caminhadas iam pela mata densa da chã, até chegar à vereda estreita por onde os soldados eram forçados a passar. Escondidos em cima de uma árvore, um deles atira, de repente, o estrondo causa pânico e o terror assola a soldadesca que correu pelos matagais da chapada.

Mesmo diante do perigo, Zé Pedro zombava de tudo, nada temia. Depois, vitorioso, admirado por todos, não se gabava de seus feitos, não reclamava glória para si e muito menos se mostrava superior a nenhum companheiro. Havia homens assim naquele meio e não tinha como saber exatamente os motivos que os tornaram cangaceiros. Não são criminosos natos, não fazem profissão do crime, nem mesmo têm instintos perversos. 

Zé Pedro era um desses, nas ocasiões em que lhe ofereciam dinheiro para matar alguém, não aceitava; ou às vezes aceitava, mas não matava. Em tom de brincadeira, contava depois a história ao que devera assassinar, sem, contudo, dizer quem fora o mandante. Quando pediam para atear fogo em uma propriedade, não executava tal pedido e ainda avisava o proprietário que se precavesse.

Segundo Antônio Xavier de Oliveira (1920) houve cangaceiros assim, que não eram tão maus como se pensa e se diz. Como Zé Pedro alguns eram honestos, valentes e nobres, pois, piedade para eles. Em vez de bala e cadeia, um livro e uma escola.

REFERÊNCIA

XAVIER, A. de Oliveira. Beatos e Cangaceiros. Rio de Janeiro: [s.n.], 1920.
NOTAS
*José Pedro se destacou como chefe de grupo na revolução do Juazeiro de Norte – CE, em 1914. O bando de José Pedro era formado por irmãos e amigos, os Pedro, atuou em torno da chapada do Araripe nos primeiros anos do século XX, até ser assassinado pela polícia do Crato – CE, em maio de 1924.
* A foto de Zé Pedro também aparece nas seguintes obras:
FACÓ, Rui. Cangaceiros e fanáticos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. (A foto de Zé Pedro aparece na p. 14, mas apenas na versão impressa, a versão em PDF que está disponível na internet não possui fotos).
MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol: violência e banditismo no nordeste do Brasil. 5 ed. São Paulo: A Girafa. 2011. (A foto de Zé Pedro aparece na p. 399, mas com apenas uma legenda simples na p. 398).
OLIVEIRA, Aglae Lima de. Lampião Cangaço e Nordeste. Rio de Janeiro: Edições O cruzeiro, 1970. (A foto de Zé Pedro aparece na p. 37 com apenas a legenda “Zé Pedro, Fanático do Crato”).
XAVIER, A. de Oliveira. Beatos e Cangaceiros. Rio de Janeiro: [s.n.], 1920. (A foto de Zé Pedro aparece na p. 86).
P.S. O único livro que encontrei falando sobre o tema supracitado foi o “Beatos e Cangaceiros (1920)” de Antônio Xavier de Oliveira que nasceu em Juazeiro do Norte (CE).

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1584621501602740&set=gm.725997074275906&type=3&theater&ifg=1

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

03 novembro 2017

PROFESSOR ANTONIO VILELA VISITA TÚMULO DE DOMINGUINHOS EM GARANHUNS

UMA ROSA PARA DOMINGUINHOS

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1717109701634752&set=a.766058503406548.1073741827.100000072151982&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

28 outubro 2017

MAIS UM LANÇAMENTO DE LIVRO SOBRE O CANGAÇO...!


Mais uma vez compartilho com vocês o lançamento do meu 17º livro: LAMPEÃO EM 1926 é o 11º do tema cangaço.


O lançamento será na próxima edição do já consagrado evento Cariri Cangaço, em Floresta PE, na comemoração do Centenário de Nazaré do Pico.

Saudações cangaceiras,

Obs: O livro já está a venda e, pode ser adquirido diretamente com o autor, através deste e-mail: 

luiz.ruben54@gmail.com
franpelima@bol.com.br

O valor é R$ 60,00 incluindo o frete.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=731857117016265&set=gm.703439453198335&type=3&theater

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.com.br

25 outubro 2017

CAMPANHAS POLÍTICAS DE ALUÍZIO ALVES NO RN.

 Por Francisco Veríssimo De Sousa Neto

Eleição estadual de 1982: Aluízio Alves, candidato a Governador do Rio Grande do Norte

No ano de 1982 realizaram-se eleições gerais para escolha de vereador, prefeito, governador, deputado estadual, deputado federal e senador. 


Para o executivo potiguar, o angicano Aluízio Alves candidatou-se ao cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Norte pelo PMDB(Partido do Movimento Democrático Brasileiro), tendo o paraibano Pedro Lucena(PMDB), como candidato a vice-governador. 

José Agripino Maia

Do outro lado, um dos principais concorrentes José Agripino Maia, disputou o governo do Estado pelo PDS(Partido Democrático Social, ex-Arena), tendo o seridoense Radir Pereira de Araújo como companheiro de chapa. 

Radir Pereira de Araújo

Neste pleito o "cigano feiticeiro" Aluízio Alves obteve 283.572 votos, mas foi derrotado por José Agripino que por sua vez obteve 389.924 sufrágios. 

Um destaque deste pleito foi a famosa "Lambadinha" do PMDB que impulsionou a campanha de Aluízio Alves e que é tocada até hoje nas campanhas peemedebistas no RN.

https://www.youtube.com/watch?v=XL-XoEkvfRQ

ADENDO - José Mendes Pereira

Quando os espertos roubaram os 94 milhões de Cruzeiros que seriam pagos aos trabalhadores da emergência do Rio Grande do Norte, e segundo Aluízio Alves o governador José Agripino Maia (na época) sabia muito bem quem teria roubado o dinheiro da emergência do nosso Estado. Consciente do que estava dizendo, Aluízio Alves disse uma frase que se tornou muito importante na sua vida pública:

"Eu sei que ele (Zé Agripino) sabe, que eu sei (Aluízio Alves) que ele sabe, quem roubou os 94 milhões da emergência". 

https://www.youtube.com/watch?v=4arxbmOZCyk

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

23 outubro 2017

TENTATIVA DE PAZ ENTRE JOSÉ FERREIRA E SATURNINO ALVES DE BARROS


Quem não conhece a História, acha, com certeza, que naqueles idos dias do cangaço as crianças e adolescentes já nasciam e cresciam de arma em punho, sem seus pais nunca tomarem providências para que a violência não existisse. 


Puro engano, tanto de um lado como do outro, houve tentativas da ‘coisa’ não ir ao extremo que foi. Ou seja: tanto o pai de José Alves de Barros, conhecido por Zé Saturnino, o senhor Saturnino Alves de Barros, como o de Virgolino Ferreira, conhecido por Lampião, José Ferreira da Silva, principalmente o último, fizeram várias e várias tentativas para que a paz reinasse naqueles rincões sertanejos.


Abaixo veremos, segundo João Gomes de Lira, ex-volante da Força Pública pernambucana, a primeira tentativa de José Ferreira, pai de Antônio, Livino e Virgolino Ferreira, para ‘apaziguar os ânimos’... Para fazer com que a violência parasse. Isso, lá pelos idos de 1917. 

João Gomes de Lira

Aquele que nos conta essa parte da História, nas entrelinhas de sua obra literária, é nada menos nada mais, que um saudoso e valoroso nazareno que participou da guerra contra o banditismo rural naquele tempo.

“(...) Por não querer barulho, no ano de 1917, para não ver seus filhos em desmantelo, José Ferreira resolveu se retirar do seu lugar, sítio Passagem (das) Pedras. 

https://professorpaulocesar.blogspot.com.br/2014/08/projeto-viajando-pela-historia-de-serra.html

Para isto, falou com o professor Domingos Soriano, para procurar um lugar no distrito de Nazaré para comprar (...) Tendo o Professor apalavrado no lugar Poço do Negro, (distando) três quilômetros para o povoado de Nazaré, um terreno pertencente ao Sr. Antônio Freire. Feito o negócio, José Ferreira vende a sua terra em Passagem (das) Pedras aos Senhores Venacinho Nogueira e Néo das Barrocas, ambos residiam na ribeira do Riacho de São Domingos. Concluído o negócio, foi feito um acordo: os “Ferreira” não deveriam ir ao Riacho São Domingos, como também José Saturnino com os Nogueira não deveriam ir à Nazaré. Desse modo, José Ferreira deixou a sua querida morada(...).” (“LAMPIÃO – Memórias de um Soldado de Volante” – LIRA, João Gomes de. 1ª edição, 1990)

Na vinda da família ‘Ferreira’ para a nova moradia, essa fora observada pelo pessoal que ali morava, no povoado de Nazaré. Um dos moradores, morador de um sítio próximo a Poço do Negro, lugar onde José Ferreira havia comprado um pedaço de terra para tentar criar sua família, observa com bastante curiosidade e atenção. Esse ‘observador’ narra mais tarde para os que moravam no povoado e circunvizinhança, e não presenciaram a passagem da família, como se portavam em suas montarias os ‘Ferreira’. Esse percebe que os filhos mais velhos de José Ferreira traziam armas na cinta e outras cruzadas nas costas seguradas por suas bandoleiras. Os “Ferreira” e Zé Saturnino e seus jagunços, já haviam trocados tiros, dessa forma, tanto um lado como o outro andava armado até os dentes, prontos para qualquer coisa que ocorresse.

Assim fora observado a entrada, ou passagem, dos ‘Ferreira’ pelo povoado de Nazaré, quando os mesmos estavam rumando para sua nova moradia: “chapéu de couro quebrado na frente e atrás, barbicacho passado no queixo, roupas de mescla, blusa tipo as usadas pelos cangaceiros do Sertão, montados em possantes cavalos galopando com os rifles enganchados aos ombros. Viajavam demonstrando uma verdadeira posição de combate, distante um do outro, tática usada pelos veteranos cangaceiros do Sertão. Tudo isso foi observado pelos nazarenos, principalmente pelo jovem Aureliano Francisco de Souza (Lero Chico), que se encontrava no lugar José Dias, próximo a Nazaré, onde presenciou tudo minuciosamente, inclusive viu que, quem viajava na frente, era o Inspetor Manoel Lopes.” (Lira).

Zé Saturnino ordena que um de seus ‘homens’, chamado Tibúrcio dos Santos, fosse tocaiar os irmãos ‘Ferreira’ quando, e se, os mesmos viessem visitar uma de suas tias, Joaninha Ferreira, de quem, ou por quem os rapazes tinham grande apreço, que morava nas redondezas da fazenda Pedreira, sua propriedade, nas imediações da Serra Vermelha. A emboscada feita por Tibúrcio não rendeu nada, pois nenhum dos três irmãos, Antônio, Livino ou Virgolino, foram para aquelas paragens.

A verdade é que não encontramos prova alguma da quebra do acordo pelos ‘Ferreira’ a não ser uma ‘desconfiança’ que teve Zé Saturnino de que os seus inimigos iriam visitar uma tia, não gostando, embora fosse só desconfiança, manda alguém emboscá-los. 


No acordo que gerou a primeira mudança da família Ferreira do Sítio Passagem das Pedras para o Sítio Poço do Negro, em uma parte dele ficou acordado que: nem os “Ferreira” podiam ‘fazer’, ir, para a feira-livre de Vila Bela, nem Zé Saturnino faria, visitaria, iria à feira livre do povoado de Nazaré. No acordo, os “Ferreira”, nitidamente, levam desvantagens em tudo. Primeiro por terem que vender sua propriedade por um preço muito abaixo do que valia e não ter recebido a quantia completa. Segundo, como eram almocreves, precisavam, necessitavam de uma feira mais ampla para que suas mercadorias tivessem maior saída. Porém, nos revela a história que eles não foram vender suas mercadorias em Vila Bela, cumprindo assim o que fora acordado.

Zé Saturnino, segundo a historiografia do tema, havia vendido um animal, provavelmente um cavalo, a um cidadão que morava em uma das casas do povoado de Nazaré, chamado Agripe de Manoela, que, provavelmente possuía uma propriedade rural nas imediações. Nada encontramos, lemos ou escutamos, do local em que se dera o negócio, nem tão pouco a sua data. Ocorrera-se então a venda, antes ou depois do acordo feito?

Zé Saturnino no primeiro meado do ano de 1918, resolve ir, junto com um de seus homens chamado José Cipriano, os dois viajavam armados, receber a quantia pelo animal vendido, só que na casa do comprador, ou seja, no povoado de Nazaré, desobedecendo e quebrando o acordo feito pelo seu pai entre as duas famílias.

“(...) José Saturnino, tinha vendido um animal ao Sr. Agripe de Manoela, que mora em Nazaré, e o mesmo achou por bem ir receber o pagamento do animal vendido, em Nazaré. Assim, entre os meses de fevereiro a março de 1918, José Saturnino com o companheiro José Cipriano foram para Nazaré, desobedecendo Saturnino, ao acordo que haviam firmado (...).” (Lira)

Bem, a ida de Zé Saturnino, para receber o tal dinheiro do animal vendido, ou não, não passou despercebida por um dos irmãos “Ferreira”. Naquela ocasião, Virgolino, terceiro filho de José Ferreira encontrava-se no povoado acompanhado pelo primo Domingos Paulo e, notando a presença do inimigo, junto com outra pessoa, achou ser uma afronta ao acordo feito com seu pai, José Ferreira. Desse momento em diante, Virgolino e seu primo não perdem mais nenhum movimento que fazia seu inimigo. O que danado, deve ter pensado Virgolino, estava fazendo Zé Saturnino em Nazaré acompanhado por um de seus homens, pois o mesmo, o jovem Virgolino, nada sabia sobre a venda do animal?

Um cidadão que momento também se encontrava em Nazaré, Major João Gregório Ferraz Nogueira, observa a vinda de Zé Saturnino e como Virgolino estava a lhe prestando atenção. Sabedor da intriga e do acordo entre as famílias, vai até onde encontrava-se Zé Saturnino e lhe segreda como o filho de José Ferreira o estava vigiando, portanto, que estivesse sempre alerta, tomando cuidado. O homem do sertão já é sem medo por natureza, e Zé Saturnino sem fugir a regra, não temendo a Virgolino nem a outra pessoa qualquer, fosse Ferreira ou não, responde ao amigo que não estava ali em busca de briga, porém, se isso fosse o que queriam, estava pronto para tudo.

“(...) pediu a José Saturnino que tivesse muito cuidado. Este agradeceu, porém dizendo que não os temia, que podiam vir do modo que entendessem, pois estava pronto para recebê-los do jeito que quisessem. Adiantou que não estava ali por afronta a ninguém, porque a finalidade de sua presença em Nazaré era a de receber o dinheiro de seu negócio (...).” (Ob. Ct.)

Bem, o dia vai passando e Zé Saturnino e seu jagunço ficam no povoado. Virgolino os acompanhou, de longe, todo o tempo. Vendo que o sol já havia pendido para o poente a bastante tempo, chama seu primo e saem antes dos inimigos do povoado. Sabiam a estrada que seu inimigo tomaria para retornar a sua propriedade, então, chama seu parente, escolhem um local e botam uma tocaia nele. Ao serem avistados pelos que faziam a tocaia, esses abrem fogo prematuramente, perdendo de acertarem o, ou os alvos. Zé Saturnino e seu acompanhante estavam alerta o tempo todo, nisso, ao primeiro sinal de perigo, esporearam as montarias se livrando de serem crivados de balas.

Lampião e seu irmão Antonio Ferreira

José Alves de Barros, o Zé Saturnino, não gostou nadinha da tocaia que fora vítima. Então, ao chegar a sua casa, passa a noite matutando uma maneira de ir à desforra. Ao amanhecer do dia seguinte junta dezesseis jagunços que trabalhavam para ele e saem para acertar as contas com Virgolino. Virgolino naquela manhã se encontrava na casa de uma tia, chamada Chica Jacoza, no sítio Poço do Negro. Com Virgolino estavam, naquele momento, Manoel Lopes, seu tio, os primos Sebastião, Francisco e Domingos Paulo mais uma jagunço que trabalha para eles chamado Luiz Gameleira. Faltava, por estarem a trabalho no município de Triunfo, PE, Antônio e Livino Ferreira, irmãos de Virgolino. A coisa não foi moleza. Quem veio atacar, veio disposto a acabar com tudo e com todos que na casa estivessem, porém, toparam com uma dureza danada.

Clique no link para conhecer o Levino Ferreira da Silva - http://blogdomendesemendes.blogspot.com.br/2015/07/pais-e-irmaos-de-virgolino-ferreira-da.html

Alguns autores classificam como sendo o ataque à casa da tia de Virgolino, a definição da ‘questão’ entre Virgolino Ferreira, Zé Saturnino e a família Nogueira, a qual pertencia a esposa do segundo... Nas quebras do Pajeú das Flores.

Fonte "LAMPIÃO - Memórias de um Soldado de Volante" - LIRA, João Gomes de. FUNDARPE, Recife, 1990.
“LAMPIÃO – A Raposa das Caatingas” – IRMÃO, José Bezerra Lima. 2ª Edição. Salvador, 2014.
Foto cangaçonabahia.com
mendesemendes.com

https://www.facebook.com/groups/545584095605711/permalink/910773429086774/

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

22 outubro 2017

VISITA DO PROFESSOR E ESCRITOR JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO.

Por Eriberto Monteiro

Quem esteve visitando a nova sede da Fundação Vingt-un Rosado, foi o escritor-professor, José Romero Araújo Cardoso.

Romero, como é mais conhecido, é Natural de Pombal, no estado da Paraíba e tem relevantes serviços prestados à sociedade acadêmica e a literatura regional. Geógrafo formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Professor-adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB, 1996-1997) e em Organização de Arquivos (UFPB, 1997). Mestre em desenvolvimento e Meio Ambiente (UERN, 2000 – 2002).


Romero contribui ainda como Membro ativo de várias instituições lítero-culturais como: Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM). Além de ter inúmeras livretos publicadas pela Coleção Mossoroense, ele é autor de livros como “Nas Veredas da Terra do Sol (1998) e “A importância da Caprino-ovinocultura em assentamentos rurais de Mossoró” (2002) . Ambos pela  Fundação Vingt-un Rosado / Coleção Mossoroense). Ele também é autor do livro  “Notas para a História do Nordeste” (2015) pela Editora Ideia, de João Pessoa/Pb, em formato de E-book.

Seja sempre bem vindo, amigo. E volte sempre…

Lembrando que a sede da Fundação Vingt-un Rosado / Coleção Mossoroense está localizada no terceiro andar da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, no centro da cidade de Mossoró/RN.


Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguat.blogspot.com

19 outubro 2017

SANTINA LOPES DA SILVA UMA NAMORADA DE VIRGOLINO FERREIRA DA SILVA


O escritor e pesquisador do cangaço José Bezerra Lima Irmão em seu livro, "Lampião a Raposa das Caatingas", na página 75, primeira edição, diz o seguinte:

Escritores José Bezerra Lima Irmão e João de Sousa Lima

(...)

Consta que Virgulino (Lampião) teria namorado também uma prima chamada Santina Lopes da Silva filha de sua tia Maria José (Dedé). 


A primeira experiência de Virgulino com mulher ocorreu quando ele tinha 14 anos de idade em companhia de outro adolescente, e mais tarde também cangaceiro chamado José Pereira da Cunha (vulgo Ventania), foi à "zona" de Vila Bela e se engalfinhou com uma madame de nome Penha. 

Tem-se notícia de que Virgulino entre os 17 e os 18 anos, teria tido um filho com uma moça chamada Alvinha de 19 anos. que caíra na vida", depois de ser renegada pela família, por ter sido "ofendida" por um caixeiro de loja.

COMO ADQUIRIR ESTA OBRA:

Basta entrar em contato com o professor Francisco Pereira Lima lá da cidade de Cajazeiras no Estado da Paraíba através deste e-mail:

franpelima@bol.com.br

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

S BOMBAS AMERICANAS DESTROEM CIDADES DE HIROSHIMA E NAGASAKI NO IMPÉRIO JAPONÊS.

  Por José Mendes Pereira Morrer pela pátria é uma coisa sem graça e sem sentido. Por que morrer pela pátria se os que deveriam estar lá, lu...