Um amigo nosso, com curso de nível superior, pertencente a outro partido político, na última eleição geral, votou no deputado estadual de outra sigla porque o prefeito apoio.
No deputado Federal votou no candidato do seu partido porque prefeito apoio, caso contrário, teria votado noutro candidato.
Para Senador da República, tinha dois votos. O primeiro, votou no senador do seu partido; o segundo, votou no senador que o prefeito apoiou.
Para governador, começou apoiando um candidato a governador, mas acabou votando no candidato que o Prefeito apoiou.
Para Presidente da República votou no candidato que o Prefeito apoiou, que foi um pedido do candidato a governador e uma súplica do candidato a senador, que era apoiado pelo candidato a deputado federal, e este por sua vez era aliado do candidato a deputado estadual.
Resumo: a única coisa que não prevaleceu foi sua livre escolha.
Um letrado agiu assim, imagine o semianalfabeto e o analfabeto, que moram na periferia da cidade, que não tem feijão na panela, falta carne, carência de tudo. O filho não frequenta escola, bairro sem infraestrutura. O sossego noturno é ouvir o tiroteio na favela vizinha. E o filho um forte concorrente à trombadinha.
Só recebe a visita de um candidato de quatro em quatro anos, oferecendo telha, tijolo, cimento, dentadura, quitando a despesa da água e da energia atrasada, presenteando com uma camiseta e fazendo uma doação de R$ 20,00 (vinte reais).
Responda-me uma coisa: esses eleitores podem cobrar o que do representante que comprou o mandato?
No tempo de eleição divulga o nome da salvador da Pátria, a generosidade do candidato, o amigo do pobre, o sofredor que passa e conhece os mesmos problemas da miséria.
Ah! Ia me esquecendo! E cabo eleitoral que deu a sua abocanhada? O que é que se pode dizer disso tudo.
No exercício do mandato ouvimos falar de falcatrua, cambalacho, maracutaia, corrupção, desvio de verba, obras superfaturas e inacabadas.
E continua votando e votando sempre.
Então, este é um país de Mãe Preta e Pai João!
João Pessoa – PB, 23 de março de 2017.
SEVERINO COELHO VIANA
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
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