Por Elri Bandeira DE Sousa Bandeira
POMBAL 1721
Seus sobrados e castelos seculares se curvam e olham
A cena atual.
Coluna da Hora, Cadeia, Catedral,
Barracas
Abrem alas para os grupos do Rosário,
Com seu Rei, Secretário e Embaixador,
Que passam, coloridos, a dançar,
À frente da ensolarada procissão.
Brincantes se espalham em suas largas avenidas,
Fazendo soar, ao sol quente,
Seus velhos paralelepípedos,
Suas lanças, que abrem caminho,
Sanfona e alegres maracás.
Seus sinos dobram,
Entoando novos gêneros de vida.
Nossos ancestrais
Rebentam as lápides de seus túmulos
E fazem de volta o caminho do féretro,
Vindos de longe
Para o grande encontro.
Chegam à Praça ‘O Centenário’,
Ágora da milenar Pombal.
E dançam com os filhos dos seus filhos
Velhos novos rituais.
Pinga, santa e espanto reúnem devotos,
Noctívagos, transeuntes,
Vendo aquele cortejo de ex-votos a passar:
Coroa de espinho, pedra na cabeça,
Roupa caqui, roupa branca:
- “Dizei, dizei-me, neste dia,
Quando tudo começou
Aqui neste Arraiá”?
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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