21 de jan. de 2018

POMBAL 1721.

 Por Elri Bandeira DE Sousa Bandeira

POMBAL 1721

Seus sobrados e castelos seculares se curvam e olham
A cena atual.
Coluna da Hora, Cadeia, Catedral, 
Barracas
Abrem alas para os grupos do Rosário,
Com seu Rei, Secretário e Embaixador, 
Que passam, coloridos, a dançar, 
À frente da ensolarada procissão. 
Brincantes se espalham em suas largas avenidas,
Fazendo soar, ao sol quente,
Seus velhos paralelepípedos,
Suas lanças, que abrem caminho, 
Sanfona e alegres maracás. 
Seus sinos dobram, 
Entoando novos gêneros de vida. 
Nossos ancestrais
Rebentam as lápides de seus túmulos 
E fazem de volta o caminho do féretro, 
Vindos de longe
Para o grande encontro. 
Chegam à Praça ‘O Centenário’,
Ágora da milenar Pombal. 
E dançam com os filhos dos seus filhos
Velhos novos rituais. 
Pinga, santa e espanto reúnem devotos, 
Noctívagos, transeuntes, 
Vendo aquele cortejo de ex-votos a passar:
Coroa de espinho, pedra na cabeça,
Roupa caqui, roupa branca: 
- “Dizei, dizei-me, neste dia, 
Quando tudo começou
Aqui neste Arraiá”?



Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzagueano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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