28 de fev. de 2022
Mossoró resistiu ao bando de Lampião.
Mossoró resistiu ao bando de Lampião.
Por: Elisonaldo Câmara
27 de fev. de 2022
LENDA DA BOTIJA DE JARARACA.
Por Nízia Floresta
Conta a lenda, que ao fugir do cenário da batalha de Mossoró, naquele 13 de junho de 1927, mesmo ferido no peito e na coxa, Jararaca, cangaceiro de Lampião, conseguiu atravessar a ponte de ferro e se abrigar debaixo de uns pés de oiticica na região conhecida por Saco. Lá ele teria reunido sua riqueza indébita em uma caixa de charutos para enterrá-la, marcando o local com um pau seco fincado. E depois de morto, sua alma teria aparecido a um pequeno comerciante de Mossoró para que o mesmo fosse desenterrá-la.
Segundo a lenda, esse comerciante alguns dias após o assalto dirigiu-se ao “Saco” a fim de trazer alguns animais que comprara. Atravessou a ponte do trem, e continuou seguindo o seu caminho quando ouviu uma voz lhe chamando. Procurando o autor da voz, reconheceu o mesmo como sendo o bandido Jararaca, que ele havia visto algumas vezes na cadeia, antes do mesmo ser “justiçado” pela polícia, trajando a mesma roupa de quando havia sido preso. Mesmo sabendo que o bandido estava morto, o comerciante não teve medo. Aproximou-se e ouviu o mesmo dizer:
- Eu lhe chamei para lhe dar um negócio. Tá vendo esse pau enfincado?
Perguntou o espectro de Jararaca.
- Tou! - Disse o comerciante.
- Apois tire o pau daí, cave um pouco, no buraco tem uma caixa com 22$000 (vinte e dois contos de réis) e um punhal com duas alianças de ouro. São seus.
O comerciante fez exatamente como lhe dissera Jararaca, inclusive repassando o valor. De posse do dinheiro, do punhal e das alianças, ele levantou-se para agradecer tão generosa oferta, no entanto não havia mais ninguém no local além dele; o espectro desaparecera inexplicavelmente.
ADENDO:
O http://blogdomendesemendes.blogspot.com não aconselha ninguém acreditar nesta história, porque, nenhum historiador de Mossoró tem este fato como sendo concreto.
Apenas estamos repassando para os leitores, como sendo uma maneira de não discriminarmos nenhum trabalho feito por pessoas que estudam o cangaço, assim como existem várias histórias sobre Lampião que não são verídicas, mas que não evitam de publicá-las nos trabalhos cangaceiros.
José Mendes Pereira
http://lendas-do-rio-grande-do-norte.noradar.com/lenda-da-botija-de-jararaca/
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26 de fev. de 2022
O TERMO MACACO
Por Beto Rueda
A expressão pejorativa "Macaco", descrevendo os elementos das forças legais ou invasoras, já era citado na Sedição de Juazeiro em 1914.
Nesse período, o coronel Marcos Franco Rabelo, interventor nomeado pelo governo nacional, perseguiu o Padre Cícero, destituindo-o de seus cargos e ordenando sua prisão. A medida foi reprovada por grupos oligárquicos do Ceará, que, liderados por Floro Bartolomeu, organizaram um batalhão de jagunços e romeiros em defesa do padre. Após a deposição do interventor, Hermes da Fonseca convocou novas eleições, que elegeram Benjamim Barroso como governador e o Padre Cícero como vice.
Xavier de Oliveira no seu livro Beatos e Cangaceiros de 1920, referindo-se ao beato Vicente que lutou bravamente, escreveu: "Um vulto negro, cego de um olho, aleijado de um pé. Não lhe era preciso fechar uma das vistas para poder dormir na ponta certeira em um macaco do Rabelo. Joelho na terra, um tiro monstruoso do seu bacamarte boca de sino. Carregado de pregos, de chifre de boi, de cera de vela benta e de contas de rosário, reboava medonho, em toda cidade, fazendo estremecer todas as casas, e bater apressados...todos os corações."
Fonte:
OLIVEIRA, Xavier de. Beatos e cangaceiros. Rio de Janeiro: [s.n.]; 1920.
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25 de fev. de 2022
ANÁLIA FERREIRA IRMÃO DO CAPITÃO LAMPIÃO.
Por José Mendes Pereira
O pesquisador do cangaço Geraldo Júnior nos diz o seguinte:
Anália Ferreira irmã de Lampião em entrevista concedida ao jornalista Melchíades da Rocha enviado do Jornal A NOITE (Rio de Janeiro/RJ) logo após a morte de Lampião ocorrida no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico em Sergipe.
Geraldo ainda diz que ela falou ao jornalista que:
"sinto profundamente a trágica morte do meu irmão, mas que por outro lado, alegro-me, por ter encerrado definitivamente a carreira de crimes do irmão cangaceiro".
24 de fev. de 2022
A RUA DOS COITEIROS
Por Sálvio Siqueira
Junior Almeida, Manoel Severo, Sálvio Siqueira e Ana Gleide no lançamento de As Cruzes do Cangaço em Floresta.
A partir do momento em que ele matava a sede e a fome de algum cangaceiro, leva ou trazia algum recado, passava a ser colaborador, mesmo que nunca mais se repetisse esses atos. Aí vinha a dureza imposta por aqueles que os perseguiam, por ele ter dado água aos cangaceiros, eram, quando descobertos, presos, maltratados e até assassinados. No entanto, haviam aqueles que colaboravam por recompensas em dinheiro, favores e proteção, dependendo da sua colocação na pirâmide de colaboradores, se estavam na base, no meio ou no topo da mesma.
Grupo Ofício das Espingardas
23 de fev. de 2022
LIVRO DO ESCRITOR JOÃO DE SOUSA LIMA
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22 de fev. de 2022
OPINIÃO CANGACEIRA: PEQUENA REFLEXÃO SOBRE A TRAMA PARA À INVASÃO DE MOSSORÓ
Por José Cícero Silva
Mesmo após 95 anos muito ainda se discute até hoje e sem muito consenso, o real motivo para à invasão de Mossoró no RN pelo bando de Lampião junto com jagunços de Isaías Arruda e dos irmãos Marcelinos, fato ocorrido em 13 de julho de 1927.
São fartas e díspares como se ver as muitas versões surgidas eque tentam elucidar a verdadeira motivação de tal acontecimento. Talvez o mais debatido e emblemático da densa e polêmica história lampiônica.
Ao meu juízo, não apenas uma, porém duas foram as motivações que mais se aproximaram da verdade que se espera. A primeira é política, enquanto a segundo, puramente financeira na qual se incluem, além do coronel Isaias Arruda, Massilon Leite e o próprio Virgulino Ferreira com todo o seu exército de facínoras que comandava. Contudo, para que se possa melhor compreender este cipoal de acontecimentos é preciso, com o perdão do pleonasmo, começarmos pelo começo. Senão vejamos. Ora, desde 1924 que os ânimos políticos se acirravam a partir da região de Pereiro, entre os poderosos daquela região. Décio Holanda e o cel. Francisco Pinto, este último, por sinal era parente de Rodolfo Fernandes, então prefeito de Mossoró, famoso por ter organizado a resistência contra os terríveis e malsinados cangaceiros. E que, inclusive, morreria cerca de três meses após este episódio.
É provável que Décio Holanda teria interesse no enfraquecimento do poder politicis dos Fernandes como forma de derrotar seu arquinimigo o cel. Francisco Pinto. De modo que a invasão da cidadela potiguar seria sua principal estratagema.
Soubera, inicialmente do bando de Isaías por meio do jagunço aventureiro Massilon Leite que anos antes já havia promovido algumas maldades criminosas e outras estripulias, por alguns pequenos vilarejos nas redondezas; tanto na PB quanto no próprio RN; a exemplo de Canto do Feijão, Uiraúna, bem como Apodi, Itaú e Gavião. Cometendo com seu grupo de malfeitores, roubos, destruição, estupros e até assassinatos. Há que diga, inclusive, que parte do dinheiro obtido nestes saques violentos foi dividido com o cel. Isaías, cujo encontro ocorreu na fazenda Ipueiras onde residia o seu braço direito na Aurora, seu primo José Cardoso.
Não costumo acreditar muito nas tais coincidências do destino. E sim nos propósitos estabelecidos pelos desejos e a vontade de poder dos homens. De maneira que, coincidência ou não, no dia exato da partilha Lampião já se encontrava arranchado para descanso por quase um mês no seu famoso coito. Isto é, no sopé do serrote do Diamante sob às atenções e os cuidados do sitiante Miguel Saraiva. Tido como aliado de Cardoso e vaqueiro do próprio coronel.
Viera antes da serra do Mato da Goianinha terra do velhacouto cel. Santana. No Diamante aguardava via Ipueiras armas e munições oriunda de Missão Velha.
Sabendo disso, Massilon arquitetou a ampliação do plano inicial. E assim convenceu Isaías a se associar aquela empreitada; como ainda, a aquiescer o rei do cangaço. Traçou planos de mapa, cantou Vitória, fez contas e contou pabulagem sobre a suposta facilidade do ataque. Apresentou o lucro das suas últimas investidas aquela região comandando jagunços.
Além de armas e balas guardadas nos porões do seu palacete em Missão Velha onde morava, o prefeito Isaias ainda forneceu 30 contos de rés. Sendo assim o verdadeiro patrocinador do malsinado plano. Conforme disseram armas e munições recebidas de Floro Bartolomeu ainda da época dos Batalhões Patrióticos.
Pelas conversas de Massilon e a quantidade de dinheiro obtida em Apodi o coronel não somente admoestou Lampião, como também acreditou que lucraria por baixo, três vezes mais. Além de agradar os interessados do rio grande. Fez recomendações a Ze Gonçalves e Antonio de Rita sobre a jagunçada que seguiria com o bando de Lampião para à ribeira potiguar. Somente os mais corajosos e experientes. Mandou recado aos Marcelinos pras bandas do Chiqueiro das Cabras na zona rural de Missão Nova.
Depressa formou-se ali um verdadeiro conglomerado de aventureiros, bandoleiros, Jagunços e cangaceiros. Gentes da pior espécie dispostas a matar e a morrer por ouro e por dinheiro; todos sob o comando de Lampião. Portanto, além do bando de Virgulino e dos subgrupos de Sabino Gomes, Jararaca, Massilon, João 22 e do próprio Isaías, incluíram-se ainda dois empregados de Zé Cardoso. Entre os quais o jovem Antonio, morador da Ipueiras que mais tarde receberia de Lampião o apelido de Asa Branca o mais jovem dos que integraram o bando de malfeitores.
Do riacho das Antas de Aurora também fizeram parte: Zé Cocô e José Roque, vez que um terceiro de nome Antonio Soares terminou ficando no Diamante por ter adoecido na véspera.
Deixaram a Ipueiras no dia 9 pela madrugada nos rumos do RN. Mal sabiam o que de fato os esperava. E assim, logo após saírem dos limites do Ceará, como nunca se viu; Lampião pareceu inebriado pela aventura de pisar o solo do RN pela primeira vez na vida. Ao ponto de não se importar tanto pelos desmandos, as depredações, a bebedeira e o rastro de violência promovidas pelo pelo bando durante o percurso.
O resto desta história todos já sabem. Como do seu total fracasso, dada a heroica resistência mossoroense comandada pelo destemido prefeito Rodolfo Fernandes. Como das mortes dos cangaceiros Colchete e Jararaca logo na chegada. Bem como da volta do bando para Aurora acuadis e perseguido pelas volantes de três estados. Chegando em alguns embates à proporção de quatro soldados para um cangaceiro. Ainda da chegada à fazenda Ipueitas onde aconteceu a suposta traição do coronel. Onde houve o cerco do bando com o incêndio do pasto, o tiroteio e a célebre tentativa de envenenamento da comida oferecida por Ze Cardoso a mando de Isaias e major Moisés..
Muitas coisas ainda hoje não se sabe. Perguntas que ainda ecoam como rimbombear de balas nos ouvidos e no juízo de leitores e pesquisadores deste pedaço importante da historia do cangaço. Tais como: Houve mesmo a traição de Isaías? O cel. tramou de fato a morte do seu amigo Lampião negociando-a com o governador Moreira da Rocha? O major Moisés Leite de Figueiredo, por sinal cunhado do coronel facilitou a fuga de Lampião junto com seu bando como acusou a imprensa da época?
Por que razão as volante, senão do Ceará nao tomaram parte do cerco na Ipueiras?
Que outros potentados e autoridades também apoiaram a invasão a Mossoró? Ou será que tudo não passou de uma grande farsa?
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Prof. Escritor, pesquisador e poeta.
Aurora - CE.
https://www.facebook.com/josecicero.silva.33/posts/10220770188066208
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21 de fev. de 2022
O BOI, A BOTA E A BATINA, HISTÓRIA COMPLETA DE SANTANA DO IPANEMA
Clerisvaldo B. Chagas, 21 de fevereiro de 2022
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.659
Estivemos na prefeitura de Santana do Ipanema na quinta-feira passada (17). Juntamente com o diretor de cultura Robson França, concretizamos um chamado da prefeita Christiane Bulhões, naquela tarde de alta temperatura em nossa cidade. Palestra extremamente agradável envolveu inúmeros assuntos de interesses mútuos, culminando com a possibilidade de lançamento do livro título deste trabalho, antes do próximo mês de junho. “O Boi, a Bota e a Batina, História Completa de Santana do Ipanema”, já se encontra de “boneca” corrigida, faltando apenas a ordem para impressão numa famosa gráfica da nossa capital, Maceió. O maior documentário jamais produzido sobre Santana do Ipanema, fará parte dos festejos de aniversário do município.
O Boi, a Bota... Conta a história de Santana desde as primeiras sesmarias em nossa região, as penetrações dos sertanistas que conquistaram o Sertão alagoano, a fundação da cidade e a sequência linear até o ano de 2006 quando governava o município, a prefeita Renilde Bulhões. Chegamos até um acordo sobre pessoas ilustres que apresentarão autor e livro no dia do seu lançamento. Vamos dizer aqui como se diz em Maçonaria: “a reunião foi justa e perfeita”, vendo-se alegria e confiança contagiantes que preencheram todos o espaço do gabinete de Cristiane e estufou para as paisagens das cercanias mostradas pelas vidraças. O autor do livro não recusou ainda a um convite para almoço em sítio rural num belo casarão centenário da família do diretor Robson França e nem o convite do Secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jorge Santana, para uma visita à barragem em construção do riacho e sítio João Gomes e ainda à Baixa do Tamanduá, comunidade quilombola fonte do artesanato de barro do município.
É de primordial importância a cooperação cultural que somente irá enriquecer a verdadeira história do povo santanense. Somente conhecendo as origens e a trajetória da Ribeira do Panema, os seus filhos poderão avaliar a grandeza da terra em os viu nascer. Após a publicação do Boi, a Bota e a Batina, Santana do Ipanema nunca mais será a mesma. E a espera da sua gente já perdeu a elasticidade da paciência. Em breve, o maior acontecimento da terra de Senhora Santana.
EVENTO NA PREFEITURA, DA ESQUERDA PARA À DIREITA: ROBSON FRANÇA (DIRETOR DE CULTURA), CRHISTIANE BULHÕES (PREFEITA), RENILDE BULHÕES (EX-PREFEITA), CLERISVALDO B. CHAGAS (ESCRITOR), PROFA. IRENE DAS CHAGAS (ESPOSA DO ESCRITOR). (Foto: Prefeitura/ Isis Malta).