Cônego Manoel Firmino Pinheiro
Segundo o historiador Frederico Bezerra Maciel, durante a
primeira e grande desobriga quaresmal de Floresta, em 1912, foi Virgulino, aos
seus catorze anos de idade, crismado pelo recém-empossado primeiro bispo D.
Augusto Álvaro da Silva, sendo padrinho o Padre Manoel Firmino, vigário de Mata
Grande, em Alagoas, vindo só para isto. Muito amigo dos Vieiras,
consequentemente de José Ferreira e sua família.
Definia-se ele próprio através de uma quadra que costumava
recitar:
Na batina sou bom padre
Nos couros sou bom vaqueiro
Nos panos sou forte homem
Nas armas sou cangaceiro.
PADRE MANOEL FIRMINO PINHEIRO.
Por: Germano Mendonça Alves
A minha mãe Luiza Villar de Mendonça, mantinha uma
fotografia do Padre em um quadro e também contava histórias interessantes sobre
o Padre uma delas era do casal de cachorros que criava, chamados de VOSMICÊ,
para o macho e SUA PRIMA para a cadela. Certo dia chegou um matuto chamado Zé
Vicente na casa do Padre que sempre estava lotada de pessoas e perguntou como
era o nome daquele cão tão bonito.
O Padre então respondeu:
- VOSMICÊ.
Então todos caíram em gargalhadas e o matuto ficou
desconfiado e acanhado. Após alguns minutos eis que passa pela sala a cadela e
o Zé Vicente perguntou:
- Padre, esta é a mãe de VOSMICÊ?
Ainda sobre o padre, leiam o que escreveu o escritor Djalma Mendonça:
“O Padre Manoel Firmino Pinheiro, vigário da freguesia de
Nossa Senhora da Mata Grande, era também prestigioso chefe político democrata e
tinha sido vigário de Viçosa e deputado à Câmara Legislativa Estadual em 18.
Sua residência era uma espécie de jardim zoológico. Além de grande número de
animais domésticos, criava também, macacos, gatos mateiros, guaribas, raposas e
até gambás. “Orgulhava-se de ser possuidor do melhor e mais belo casal de cães
da região.”
Eis alguns tópicos poéticos que o Padre gostava:
“Na freguesia sou padre,
Sou Chefe Municipal
Em tudo sou principal
Gosto da sociedade
Sou amante da vaidade
Quero que meu nome cresça
Para que o povo obedeça
Sou protetor de assassino
Me chamo Manoel Firmino.
Nos panos sou forte homem.
Na pena faço figura
Na farda sou bom soldado
Na justiça magistrado
Nas armas faço bravura
Gosto também da fartura
Ando garboso e faceiro
Sou galo do meu terreiro
Isto herdei do meu avô
Morro, mato, apanho e dou
Nas armas sou cangaceiro”.
Pelo que contam os mais antigos, o Padre era contra a
família Malta em Mata Grande e devido as constantes desavenças políticas teve
que sair às pressas da cidade. O Coronel Zé Malta, seu desafeto não lhe deu
tréguas. O Padre ao sair jogou uma praga na família dizendo que os descendentes
até a quinta geração haveriam de viver brigando entre si.
Nas últimas seis décadas, realmente, a clã dos Maltas brigam pelo poder e
voltam a se unir quando é para tomar o poder municipal das mãos de um que não
pertença a famosa família que administra a cidade com patrimonialismo.
O Padre, segundo, me contou Antonio (O paraibano Caíca de Santana
dos Garrotes) tinha o sangue da política correndo em suas veias. É tanto
que quando saiu às pressas de Mata Grande foi parar em Misericórdia- PB.
Chegando lá não demorou a ingressar na política e tomou o controle da cidade.
Os seus adversários se uniram e recuperaram a Prefeitura e baixaram uma Lei
modificando o nome da cidade para Itaporanga. Quem chamasse o nome de
Misericórdia (nome muito usado pelo catolicismo), levava uma surra da polícia.
Certo dia um matuto foi se confessar com o Padre e por ter muitos pecados foi
estabelecido que rezaria no confessionário uma Ave-Maria, um Pai Nosso e uma
Salve Rainha. O matuto não se fez de rogado, todavia, na hora da Salve Rainha
disse: "SALVE RAINHA, MÃE DE
ITAPORANGA..."
Fonte: facebook
Página: José João Souza
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