José Martins de Vasconcelos nasceu a 11 de novembro de 1874, no município de Apodi e era considerado um entusiasta da literatura e do jornalismo. Em 1915 fundou o primeiro jornal, intitulado “A Crise”. Mas, em 15 de novembro de 1916, ele daria um salto além de seu tempo com a criação do periódico O Nordeste, que circularia até o dia 8 de fevereiro de 1934. Com o Nordeste, Martins de Vasconcelos fez carreira como jornalista. Mas nada começou assim, do nada.
Geraldo Maia do Nascimento
O historiador Geraldo Maia no artigo Martins de Vasconcelos, publicado no jornal cultural Clandestino, em janeiro de 2004, relata que “aos 11 anos de idade, Martins de Vasconcelos muda-se para Mossoró a fim de tentar a vida. Aqui chegando, fez de tudo, moleque de recados, vendedor de jornais (numa primeira, depois incurável convivência do seu interesse maior). Tinha um objetivo na vida: sabia que o destino de quem não sabia ler era ser vendedor, de tabuleiro na cabeça. Isso o aterrorizava. E foi esse medo que o fez adquirir uma gramática e um dicionário, na esperança de desvendar o mistério do abecedário.
Martins de Vasconcelos se destacou no cenário cultural do município juntamente como escritores como: Raul Caldas, Vicente de Almeida, Eufrásio de Oliveira, Eliseu Viana Dário de Andrade, Mário Negócio, Américo de Oliveira Costa, Milton Pedrosa, Manoel João, Amâncio Leite, Manuel Assis, Raimundo Nonato, dentre outros.
Segundo o historiador Geraldo Maia “a redação do jornal era sua tenda de trabalho, sua cachaça, o vício de sua vida”, como declarou o escritor Raimundo Nonato, que como amigo, o tratava de Zé do Norte. Manteve-se sempre atento às dificuldades enfrentadas pelo município e se notabilizou, entre outras coisas, pela defesa do meio ambiente, pelo estímulo à atividade cultural e pelo carinho que dedicava às figuras que davam relevo à cultura mossoroense. Ele, um autodidata, era devorador de livros. E toda sua atividade jornalística se marca pela produção de textos, de impressionante qualidade. Colaborou com os jornais da terra, até mesmo em jornais literários e estudantis, feitos de forma manuscrita”.
Historiador Raimundo Nonato
Ele também incentivou jovens poetas e publicou livros de poemas e contos. São de sua autoria “Saltério da Saudade” (Poesia 1905), e “Renovos D’alma” (Poesia, 1906), entre outros. O jornalista faleceu em Mossoró, a 22 de dezembro de 1947. Hoje, a travessa localizada ao lado da gráfica O Nordeste, no Centro, possui o seu nome, mas é conhecida também como Beco da Imprensa.
Fonte: Gazeta do Oeste
22 de Janeiro de 2006
Digitado e ilustrado por José Mendes Pereira
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