5 de mar. de 2024

UMA INVENÇÃO TOTALMENTE MALUCA.

 Por José Mendes Pereira

Meus amigos e irmãos da nossa extinta Casa de Menores Mário Negócio, João Augusto Braz, Antônio Galdino da Costa, Manoel Flor de Melo, Railton Melo, Antônio Mendes Sobrinho (meu irmão), e o nosso saudoso irmão Antônio Jorge Braz, que Deus o tenha colocado em um bom lugar; ainda hoje, eu me orgulho de ter sido operador desta máquina na Editora Comercial S. A.

Saudoso mano Jorge Braz.

Railton Melo diz que o Ottmar Mergenthaler foi um verdadeiro maluco. Na verdade, foi mesmo! O que tem de interessante nesta máquina chamada linotipe é coisa incrível. Mas eu desmontava ela para limpeza. Geralmente quando eu terminava uma jornada de composições dos livros do Dr. Jerônimo Vingt-un Rosado Maia, da família numerada de Mossoró, eu fazia uma limpeza geral. Lógico que o seu esqueleto não era necessário ser desmontado. 


Estas são as formas ou matrizes para a composição em chumbo. Veja que as letras são separadas por espaços.

Na tipografia tradicional, que eu também trabalhava fazendo chapas, o texto era composto à mão, juntando tipos móveis um por um. Com uma máquina Linotype, equipada com chumbo em ponto líquido, era possível compor uma linha inteira de texto; esta, assim que batida no teclado da máquina, era imediatamente fundida e integrada na composição de colunas e de páginas. Não admira pois que estes monstruosos compositores semi-automáticos, com o peso de toneladas, fossem um enorme sucesso de vendas. Sucesso para os industriais, morte lenta para os operadores. Os vapores do chumbo líquido causam envenenamentos graduais; o chumbo será a fatal «doença do ofício» dos operadores.

Só quem chegou ver ela trabalhando é que tem certeza que foi uma invenção maluca, assim como disse o Railton Melo. Aprendi operá-la com Raimundo Costa, Assis Coelho (Miúdo) e Ferreira da Gazeta.

O passo principal para aprender foi o Raimundo Costa, que depois, foi proprietário de uma gráfica em Pau dos Ferros.

Aqui em nossa cidade de Mossoró só tinham 4 linotipes. O Jornal o Mossoroense era proprietário de 2 linotipes  O jornal Gazeta do Oeste possuía 1, e a Editora Comercial possuía também 1.

Ela é como uma máquina de escrever. Tem teclado, mas as suas letras são feitas de chumbo. Tudo é muito rápido. Quando se escreve, automaticamente as letras de chumbo saem escritas em linhas. Aqui um modelo de linhas feitas de chumbo.

Eu, José Mendes Pereira, mossoroense, me orgulho de ter sido operador de uma máquina tão interessante quanto esta. Este homem Ottmar Mergenthaler é o inventor desta engenhoca chamada de linotipe, que na´época foi uma das maiores invenções do mundo.

Inventor da linotipe - Ottmar Mergenthaler - http://tipografos.net/tecnologias/linotype.html

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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