Por José Mendes Pereira
Os cangaceiros Sila e Zé Sereno estavam na Grota do Angico, em Porto da Folha, atualmente Poço Redondo, no Estado de Sergipe, no dia 28 de julho de 1938, no momento do ataque aos cangaceiros da Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia., do afamado capitão Lampião e conseguiram contar vitória, isto é, saíram de lá com vida.
INTERESSANTE E MEIO DUVIDOSO.
A literatura lampônica diz que o cangaceiro Zé Sereno teria suspeitado que numa garrafa de bebida tinha dúvida que ela teria um furinho e poderia ter veneno.
Conta que Zé Sereno apossou-se das compras e foi as vistoriar. Pegou uma garrafa de conhaque e viu com dificuldade, um furinho no selo, feito por uma agulha hipodérmica. Veneno! Ciente que o rei do cangaço daria valor à sua descoberta, levou a garrafa a Lampião e disse:
- Seu Capitão, o sinhô é cego de uma vista, mas com a outra enxerga até demais. Olha aqui.! Mostrou o furo por onde alguém possivelmente tinham injetado veneno.
- É mesmo, disse Lampião, e o resto das encomendas?
- Ta tudo envenenado, menos a cachaça que Pedro (Pedro que ele se refere é Pedro de Cândido), sabia que iria ter de provar, respondeu Zé Sereno.
- É bom nós sairmos daqui, si não nós vamos ser cobertos de balas.
- Amanhã cedo, nós sairemos daqui, disse Lampião.
- Sairmos é, nós vamos sair é com bala. Retrucou Zé Sereno.
Depoimento de Zé Sereno a Antônio Amaury sobre a suspeita dele de veneno nas bebidas levadas para o coito por Pedro de Cândido.
Livro: Assim Morreu Lampião.
Autor: Antônio Amaury Corrêa de Araújo
E aí, o que vocês acham? Tinha ou não tinha veneno? Ou foi invenção de Zé Sereno, como muitos até hoje afirmam?
Não sou tão leigo assim e nem sábio no que diz respeito a cangaço, mas isto foi uma invenção do Zé Sereno. Quem estava lá na Grota do Angico, nunca falou que isto aconteceu, somente Zé Sereno vem com uma desta, sem graça e sem credibilidade para o estudo cangaceiro.
Os remanescente de Lampião que conseguiram escapar, nenhum falou nada sobre o veneno aos cangaceiros.
Não falo de quem entrevistou o facínora e escreveu o que ouviu do cangaceiro , e sim, de cangaceiros puxando a sardinha para o seu prato.
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