Por Manoel
Severo
"Lampião,
você é realmente um bravo, um herói invulgar. O homem brasileiro tem a
obrigação de se curvar perante a sua sabedoria e aceitar que você, lá do Além,
não se canse de gargalhar desdenhosamente da quase nenhuma inteligência de
todos nós, pobres pecadores que não temos forças para enfrentarmos um mito de
sua grandeza. Como se fosse um bruxo – e bruxo ele era – Lampião fez com que
todos os que viveram a agonia de Angico ficassem envoltos em intermináveis
contradições. Cada um, seguindo ditames diferentes e misteriosos, querendo
contar os fatos conforme as suas próprias vontades, e assim, deixando aqueles
que precisavam registrar o grandioso épico na mais completa desilusão."
Trecho de um dos mais espetaculares artigos de Alcino Alves Costa para o Cariri
Cangaço...
Alcino Alves
Costa, Patrono do Conselho Cariri Cangaço
"A
complexidade da operação de Angico, que mesmo os comandantes da missão
desconheciam certos pormenores, teve em Alcino Alves Costa um dos mais apurados
investigadores. Seus livros são referências temáticas." Comenta Luiz Serra
de Brasília, DF...
"A história
do cangaço, quase toda ela, é baseada em conjecturas. Desconheço algum trabalho
científico, feito no local da chacina. Portanto continuaremos com estas eternas
dúvidas. Eu da minha parte, até hoje, não entendi o que se passou naquela
madrugada fria de 28.07.1938; para ser sincero, as vezes tenho minhas dúvidas
sobre os depoimentos dos cangaceiros sobreviventes. Primeiro: porque a maioria
foram personagens coadjuvantes na história do cangaço. Segundo: Lampião falava
sempre a estes homens e mulheres, só o que era conveniente para ele. Acho muito
difícil, um homem com a personalidade que ele tinha, está desabafando ou
comentando o que se passava no íntimo da sua alma." Revela Chagas
Nascimento, pesquisador de Mossoró, RN.
Jose Bezerra
Lima Irmão nos fala: "Alcino Alves Costa, caros amigos do Cariri Cangaço,
foi o maior crítico da versão dos fatos relacionados ao episódio da Grota do
Angico. Ele dizia que a Grota do Angico devia se chamar Grota da Mentira. Ao
contrário de muitos "pesquisadores" que se comportam como papagaios,
repetindo o que ouvem ou leem sem fazer uma análise interpretativa, Alcino agia
como um analista criterioso das várias versões dos autores e depoentes,
cotejando uma com outra, em busca da verdade. Alcino, por intuição, era dotado
de um senso de investigação típico de quem cursou e se especializou na ciência
da Hermenêutica. Claro que ele não fez curso de Hermenêutica. Mas na
investigação e interpretação dos fatos relacionados à morte de Lampião ninguém
chegou perto dele.
Alcino
comparou os relatos dos policiais com os relatos dos coiteiros e com os relatos
dos canoeiros que levaram a tropa de Piranhas até o Remanso e dali até a
Forquilha. Os policiais se contradizem. Os canoeiros desmentem os policiais. O
coiteiro Durval Rosa contava as coisas de modo diverso. Aquela história da
tempestade, dos trovões e relâmpagos - tudo invenção, para criar clima de
suspense. Quem já viu trovão em julho? Trovões ocorrem é entre novembro e
março, época das "trovoadas". Parabéns, querido Manoel Severo
Barbosa, por reproduzir este trecho do grande e inesquecível Alcino, o Vaqueiro
da História."
O Legado de
Alcino...
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