Por José Mendes Pereira
A primeira
tentativa de assalto com reféns em Mossoró aconteceu no dia 03 de maio de 1988, quando um
jovem conhecido apenas por "Falconi", que há poucos dias havia
chegado do Estado de São Paulo, e aqui, planejou o assalto ao antigo Banorte,
localizado à Rua Idalino de Oliveira, no centro da cidade de Mossoró.
O jovem
"Falconi" era mossoroense, mas há anos que vivia na região Sul, e que
já tinha sido preso por lá, acusado de envolvimento com coisas ilícitas. Tendo
ganhado a liberdade, "Falconi" resolveu voltar à sua terra natal,
Mossoró, no Rio Grande do Norte, talvez nesse sentido de continuar as suas
desordens, já que por onde andou, os assaltos não seriam tão fáceis como aqui
no Nordeste.
Já com o plano
feito e guardado em sua mente, isto é, de tentar arrancar uma boa quantia de
dinheiro do Banorte, assim que o banco abriu as suas portas para atender os
seus clientes, "Falconi" foi um dos primeiros que lá entrou, e com um
revólver em uma das mãos, e na outra, uma seringa, segundo ele, era sangue
contaminado com o vírus "HIV", o assaltante fez logo de refém um dos
administradores do banco, o senhor Hamilton César Dantas, que ficou durante
horas sobre a mira do revólver do delinquente, e a todo momento, ele dizia que,
se os diretores do banco não atendessem as suas exigências, iria aplicar o
sangue contaminado do vírus "HIV" nas veias do refém.
Os clientes
que estavam dentro da agência bancária, no momento do anúncio feito pelo
assaltante, todos passaram a ser reféns, além do revezamento que o delinquente
fez, trocando o Hamilton César Dantas, por outro administrador, chamado de
Francisco Canindé Morais. A cidade estava em pânico, muita gente ocupou toda a
Rua Dionísio Filgueira.
A polícia já
estava presente, mas nada podia fazer, e não iria arriscar o resgate do homem,
antes que acontecessem as negociações com o jovem "Falconi".
As emissoras
de rádio mossoroenses transmitiam o andamento das negociações feitas pelas
autoridades e policiais com o assaltante. Ali, ninguém entrava e nem ninguém
saía.
Um dos
clientes que estava dentro do Banorte, reconheceu o delinquente, e ligou para o
seu tio, (Tota), que reside na Romualdo Galvão, comunicando-lhe que o seu
sobrinho, o "Falconi" enrascara-se com a polícia, fazendo de refém um
dos administradores do Banorte. Foi solicitada a sua presença para tentar
convencer o "Falconi" para uma possível entrega. Mas ao chegar, o
marginal não obedeceu o que o seu tio lhe pedira, e continuava com as mãos
ocupadas com o revólver e a seringa, com sangue contaminado com vírus "HIV".
O Falconi estava nervoso, e de vez em quando, solicitava alimentos, e inclusive
cerveja para ingerir e tentar acalmar os seus nervos.
Vendo que o
"Falconi" não se entregaria à polícia, as autoridades resolveram
resgatar o refém, e sem uma outra alternativa, infelizmente o
"Falconi" estava marcado para morrer. E logo os atiradores de elite
posicionaram-se. Um fez gesto para o refém que se abaixasse. Foi neste momento,
que o tiro saiu pelo cano. "Falconi" foi atingido com um balaço no
meio do peito, dando um assustador urro, como se fosse um touro, quando é morto
no abatedor.
Como não
aceitou a proposta do seu tio Tota a rendição aos policiais, finalmente
"Falconi" estava sem vida, e o sangue vivo e escarlate, banhava todo
o ambiente em que ele antes se encontrava com o refém.
Assim que
recolheram o corpo do marginal "Falconi", que se encontrava estirado
dentro da agência bancária, rodeado por um lençol de sangue, tangeram-no para o
ITEP de Mossoró, para as devidas providências, as quais seriam feitas por
peritos capacitados do próprio órgão.
O revólver que
o delinquente usava como arma, apesar da excelente perfeição, foi constatado
que se tratava de uma arma de plástico (brinquedo).
E a seringa
com o suposto sangue contaminado com o vírus do "HIV", que a todo o
momento ele ameaçava o refém, afirmando-lhe que o líquido seria injetado nas
suas veias, depois de visto e analisado pelos peritos, constataram que não se
tratava de sangue, e sim, era suco de morango.
"Falconi"
morreu de graça dentro da agência bancária. Se tivesse recebido o conselho do
tio Tota, ainda estaria vivo, já que ainda era um homem de pouca idade.
Informação
importante: O fotógrafo José Rodrigues da Costa (meu primo) que fez as fotos e
filmagens deste acontecimento, antes de falecer, falou-me em sua residência que
o Falconi tinha chegado da Paraíba, e não de São Paulo. A mãe também morava na
Paraíba, e por ser muito trabalhoso, ela pediu que ele fosse embora para
Fortaleza, e nunca mais voltasse lá. Só que em vez de ir para Fortaleza, veio
para Mossoró. Esta foi informação cedida pela sua mãe ao fotógrafo José
Rodrigues da Costa quando veio pra levar o corpo do Falconi.
Minhas Simples
Histórias
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outro.
Fonte:
meumundojosemendespereira.blogspot.com.br
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