29 de dez. de 2015

TENENTE CLODOALDO DE CASTRO MEIRA - UM DELEGADO DE MORAL

Por José Mendes Pereira

Tenente Clodoaldo nasceu em Parelhas no Estado do Rio Grande do Norte, no dia 14 de Agosto de 1918, e era filho de José Perventino de Castro e de Úrsula Florinda de Castro. Ingressou na Polícia Militar em 12 de novembro de 1937. Foi delegado de polícia de Mossoró, nas administrações estaduais nos governos de Dinarte Mariz, Aluízio Alves e o monsenhor Walfredo Gurgel.

O Tenente Clodoaldo foi um dos delegados de Mossoró que durante o seu período como xerife, Mossoró tinha respeito. Não admitia que sujeito nenhum desmoralizasse a sua administração, e para conservar a sua autoridade sobre Mossoró, mantinha grupos de policiais rondando nos bairros e nas periferias da cidade.

Ele foi odiado por alguns que tentavam de toda forma diminuir a sua autoridade, mas também foi elogiado por muitos que apoiavam a sua maneira de moralizar esta cidade.

Nos anos sessenta eu ainda era interno da Casa de Menores Mário Negócio, e no dia em que isto aconteceu, eu fui incumbido pela diretora desta dona Caboquinha para ir até à cadeia pública, onde hoje funciona o Museu Municipal de Mossoró, levando comigo uma espécie de telegrama, para que o delegado de Mossoró, o tenente Clodoaldo autorizasse o envio através do seu Rádio Amador para ser enviado ao Dr. Xavier, em Natal, sendo este secretário do SAM – Serviço de Assistência ao Menor, hoje, FEBEM.

Naquela época o uso telefônico era caríssimo, e muitas empresas e órgãos do governo usavam mais o sistema de “Rádio amador”, que o custo era apenas o pagamento anual dos direitos de funcionamento.

Ao chegar à cadeia, fui encaminhado até à sala do delegado, através de um policial que se encontrava como sentinela, dizendo-me que eu teria que pegar uma escada para chegar até à presença do xerife.

Eu nunca tinha entrado naquele prédio. E assim que me deparei com a dita escada, tomei rumo à sala administrativa. Como eu nunca tinha visto de perto portas de salas de xerifes, ao empurrá-las, soltei-as de vez. E nesse momento, o Tenente Clodoaldo vinha me acompanhando, recebendo uma forte pancada no peito, e atingindo também o seu nariz.
Recebi uma bronca do delegado, chamando-me de todos os nomes horríveis que um delegado possa dizer contra alguém. Tentei me defender de todas as formas, dizendo-lhe que eu não sabia que ele vinha seguindo os meus passos. Mas as minhas explicações não foram suficientes para convencerem o carrasco, famoso, delegado e Tenente Clodoaldo de Castro Meira.

http://meumundojosemendespereira.blogspot.com.br/


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