Por Clerisvaldo B.
Chagas, 16 de agosto de 2016 - Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano - Crônica 1.561
Cremos que o
amigo leitor já tenha ouvido falar em político raposa, carcará e urubu. São
várias as categorias dessa gente. O político urubu, também chamado hiena, atua
somente uma vez. Ele exerce uma profissão qualquer e aguarda pacientemente a
época das eleições. Após estudar o ambiente, dirige-se a um prefeito ou
candidato ao cargo, a um deputado estadual... E oferece seus serviços. O
currículo atesta que foi candidato a vereador, várias vezes, jamais se
elegendo. Tornou-se viciado pelo dinheiro sujo em cada pleito.
Chora para ser
candidato a vereador mais uma vez, para vender os seus mesmíssimos votos
(geralmente entre 100 e 200). Não deixa de ser cabra corajoso, admitimos, pois
existe raposa que não obtendo os votos prometidos, manda o político urubu para
uma surra de juntar bicho ou coisa pior. Na última eleição à prefeito no
Sertão de Alagoas, a exploração variava entre cinco a setenta mil reais. Os
urubus de cinco, nunca conseguem mais do que isto. São os “perrengos” mais
viciados de todos; o que tapeia a própria família e mais meia dúzia de
amigos. Os de setenta mil ou em torno disso, são as hienas (que comem os restos
da carniça) maiores. Aquelas que têm faixa acima dos quinhentos votos.
O que vimos
são as conversas de bastidores e afirmações nos cochichos das ruas.
Fora os falsos
candidatos a vereador – os urubus – outra categoria nojenta é a do pretenso
candidato a prefeito consciente que jamais terá condições de chegar. Pressiona
antes das convenções para ser chamado como vice de alguém. Não colando o golpe,
registra sua própria candidatura, certo que mais à frente será chamado por um
dos candidatos robustos para abrir da candidatura por determinado valor.
Não podendo
levar a verba diretamente dos cofres públicos, pelo menos mete as unhas nos que
podem.
E o pior de
tudo: ninguém faz política no interior do Nordeste sem os urubus.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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