A docente
Eliana Filgueira, lotada na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN), surpreendeu seus colegas e alunos na última
segunda-feira quando decidiu realizar um protesto silencioso contra os
recorrentes atrasos salariais sofridos pelos servidores públicos estaduais.
Eliana passou
a ministrar suas aulas com um colete que traz uma mensagem de protesto e a foto
do Governador do RN, Robinson Faria. O adereço foi produzido pelo Fórum dos
Servidores Estaduais (FSE) e normalmente é utilizado em manifestações
unificadas das diversas categorias do funcionalismo público.
A professora
explica que resolveu tomar a iniciativa a fim de externalizar seu
descontentamento com os atrasos salariais e o sucateamento da universidade. Ela
destaca que o “protesto silencioso” chamou a atenção de alunos e lhe permitiu
um espaço para dialogar com os discentes acerca das dificuldades vividas pelos
professores da UERN e as consequências nocivas da política de austeridade
promovida pelo Governo do Estado.
“Esse protesto
nasceu da necessidade de mostrar aos alunos que mesmo trabalhando todos os
dias, os professores da UERN não recebem seus salários conforme deveria
ser. Tenho debatido com todos os meus alunos sobre a situação da nossa
universidade: o sucateamento, a precarização do trabalho, a falta de segurança
e de condições dignas. Vejo que muitos deles estão começando a entender a
dura realidade a qual estamos inseridos”, afirma Eliana.
A estudante de
pedagogia Jéssica Marina Rodrigues, que é aluna de Eliana, parabenizou a
coragem da professora. Segunda ela, foi o “protesto silencioso” que permitiu
que toda a sua sala discutisse sobre a situação vivida pelos professores da
UERN e se posicionasse favorável aos docentes.
“Muitas
pessoas do meu curso foram contra a greve realizada no ano passado, mas agora
começam a perceber que a situação dos servidores, e da UERN como um todo, é
muito grave e só será resolvida com protestos e resistência”, comentou.
Eliana
Filgueira afirma que continuará com o protesto pelas próximas duas semanas e
faz um convite para que seus colegas tirem os coletes do armário e comecem a
falar sobre a crise no funcionalismo estadual dentro de suas salas. “Acho que é
urgente fazer um chamamento para que a categoria se una e fortaleça essa
manifestação. Não podemos seguir parados diante de tanto descaso”, concluiu.
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