Por José Mendes Pereira
"O homem que contratou o pistoleiro para assassinar a sua segunda esposa e filha, e que participou da chacina aos cangaceiros na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, em terras da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, foi o volante Mané Véio, porque a sua primeira companheira que se chamava Cidália, foi assassinada por ele, e segundo fala o escritor Alcino Alves Costa no seu livro "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico", agora pela segunda vez, apoderado de ciúme duentio, ele mandou matar a ex-esposa e filha.
O Mané Véio foi o homem que disse ter matado o cangaceiro Luiz Pedro, mas eu como simples estudante do cangaço e jamais algum dia serei autoridade no que diz respeito ao tema, não acredito nesta história.
Luiz Pedro do Retiro
As informações sobre a morte do cangaceiro Luiz Pedro do Retiro ou Cordeiro, são bastantes enfeitadas pelos que forneceram entrevistas a alguns repórteres e pesquisadores do cangaço. Lógico que não me refiro aos estudiosos e sim, aos depoentes, vez que os estudiosos informam o que os seus depoentes falam.
Alcino Alves Costa
O escritor Alcino Alves Costa teve grande motivo para escrever o livro “Lampião Além da Versão Mentiras e Mistérios de Angico”, quando diz que o que aconteceu na Grota do Angico não foi o que informaram os depoentes, tanto cangaceiros como policiais, que fizeram parte da chacina aos cangaceiros da “Empresa de Cangaceiros Lampiônica & Cia, de propriedade do afamado, perverso e sanguinário Virgolino Ferreira da Silva, o rei Lampião.
Claro que em relação a cangaço eu sou apenas um metido, que vivo lendo o que os depoentes fantasiaram, mas tento confirmar que, o cangaceiro Luiz Pedro não foi assassinado pelo volante Mané Veio, e sim, quem o matou, foi mesmo balas disparadas e direcionadas pelas volantes policiais através da metralhadora, que tentava eliminar vida por vida de cangaceiros.
As informações de três elementos que se dispuseram falar aos entrevistadores como aconteceu a morte do cangaceiro Luiz Pedro, todas são diferentes, e assim, não se tem o autor da morte do afamado cangaceiro e compadre de Lampião e Maria Bonita.
O Cangaceiro Balão
Em 1973, o cangaceiro Balão cedeu entrevista à Revista Realidade, e para mim, não sei se estou certo, Balão foi o cangaceiro que mais fantasiou as suas respostas. É claro que cada um deles queria levar a sardinha para o seu prato, mas não era necessária tanta fantasia.
O cangaceiro Balão falou o seguinte: "Luiz Pedro ainda gritou. Vamos pegar o dinheiro e o ouro na barraca de Lampião! Não conseguiu. Caiu atingido por uma rajada. Corri até ele, peguei seu mosquetão e, com Zé Sereno, consegui furar o cerco. Tive a impressão de que a metralhadora enguiçou no momento exato. Para mim foi Deus".
O Cangaceiro Zé SerenoOra! Qual é o homem que tem coragem de ver um sujeito cair atingido por balas e de imediatamente ele vai ao seu encontro, para recolher uma arma ou outra coisa semelhante do morto, sabendo que quem atirou ainda está por ali? Ele já tinha o seu mosquetão, e para que mais outro, e além do mais, foi apanhá-lo no meio do fogo. Meio duvidoso o que afirmou ele. Pelo dizer do "cangaceiro Balão" quem matou o facínora Luiz Pedro foi uma rajada de balas por uma metralhadora.
Já o cangaceiro Vila Nova disse o que segue: "No dia 14 de novembro de 1938, Iziano Ferreira Lima, o afamado cangaceiro VILA NOVA, afirmou ao “Jornal A Noite”, que estava na Grota de Angico no momento do ataque das volantes ao grupo de Lampião, na madrugada de 28 de julho de 1938. Vejam o que ele fala: "Escapei pela misericórdia de Deus, afirma. Vi quando o CHEFE (o chefe que ele se refere é Lampião) caiu se estrebuchando pelas forças do tenente Ferreira. Meu padrinho Luiz Pedro caiu ferido nos meus pés. Pediu que o matasse, logo. O que fiz, foi apanhar o seu mosquetão e fugir para as bandas do riacho onde o fogo era menor. Depois da fuga, fui me esconder na Fazenda Cuiabá, onde me encontrei com ZÉ SERENO e outros que puderam fugir do cerco. Ali soubemos que junto com o capitão, tinha morrido mais 11 cabras, inclusive D. Maria Bonita”. (Ele diz que morreram 11 cabras. Na verdade foram nove cangaceiros e duas mulheres. O que ele afirma sobre o total de cangaceiros que morreu está correto, mas foram 12 mortos lá na Grota do Angico. 9 cangaceiros, 2 mulheres e um volante de nome Adrião Pedro da Silva.
Uma dúvida que tenho certeza que todos estudiosos do cangaço têm, e gostariam de perguntar: O cangaceiro Luiz Pedro estava com dois mosquetões? Porque Balão disse que levou o seu Mosquetão. E o cangaceiro Vila Nova também afirma ter levado o mosquetão do cangaceiro.
Está registrado na literatura do cangaço que quem assassinou o cangaceiro Luiz Pedro foi o volante Mané Veio, mas pelas suas informações não tem como acreditar, porque ele afirma que saiu perseguindo o cangaceiro Luiz Pedro, que ia meio avexado, caminhando rápido, e ele ao seu encalce, até que chegou em um determinado lugar, e disparou sua arma, fechando o cangaceiro.
Mas vejam bem: Durou muito para que o volante assassinasse o cangaceiro, e por que o cangaceiro Balão, o Vila Nova informaram aos pesquisadores que o Luiz Pedro foi assassinado ali, no meio dos outros?
Na minha humilde opinião e não válida, já que eu sou apenas um metido sobre este tema, o Mané Veio já encontrara o cangaceiro Luiz Pedro morto.
E você leitor, poderá me perguntar:
- E você, estava lá?
- Eu não estava lá, mas pela lógica a gente ver que nem tudo foi verdade. o que disseram os depoentes.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário