29 de set. de 2016

DONA DULCE MENEZES (EX-CANGACEIRA) FILHOS E ESPOSOS

Por José Mendes Pereira

Dona Dulce Menezes é a única sobrevivente até agora que participou do grupo de cangaceiros do pernambucano Virgolino Ferreira da Silva o temido sanguinário e afamado rei do cangaço, o capitão Lampião.

11 cabeças dos chacinados na Grota de Angico, exceto o volante.

Para quem ainda não sabe a ex-cangaceira Dona Dulce Menezes foi uma das sobreviventes do confronto na Grota de Angico, em terras da cidade de Poço Redondo, no Estado de Sergipe, na madrugada de 28 de julho de 1938, onde morreram Lampião, Maria Bonita, nove cangaceiros e um soldado volante de nome Adrião Pedro da Silva.

Volante Adrião Pedro da Silva

No cangaço, dona Dulce Menezes foi companheira do cangaceiro Criança, que também junto com ela, escapou da chacina comandada pelo tenente João Bezerra da Silva naquela madrugada de 28 de julho de 1938. Com o cangaceiro Criança dona Dulce Menezes teve alguns filhos. Atualmente Itaquaquecetuba município de São Paulo.

O ex-cangaceiro Criança

Com o cangaceiro Criança dona Dulce Menezes teve dois filhos, os quais são: Aduilço Menezes e Aduilça Menezes.

Após tudo que passou junto com o cangaceiro Criança e posteriormente com o ex-cangaceiro Criança, creio que no tempo do cangaço não foi tão mar de rosas, houve a separação do casal. Mas dona Dulce passou a ser esposa de um homem bravo que só andava bem armado, muito valente e rico fazendeiro, corajoso, o João Anastácio Filho, um sergipano que já era separado da primeira esposa, e  decidiu morar no Estado de Minas Gerais. Ele já chegou ao Estado de Minas Gerais com as suas riquezas, não dependendo de pessoas amigas para crescer financeiramente no novo Estado. Foi prefeito da cidade de Jordânia, no Estado de Minas Gerais. Mesmo tendo sido um homem que não levava desaforos para guardar em casa, ajudou muito aos  pobres da cidade de Jordânia.

2º esposo da ex-cangaceira dona Dulce Menezes o João Anastácio Filho - Foto que me foi gentilmente enviada pela filha da Dilce Menezes Martha Menezes.

Com o fazendeiro João Anastácio Filho a ex-cangaceira dona Dulce Menezes teve 5 filhas, as quais são: Mulheres: 

Ruas e Martha Menezes Ruas

1 - Martha Menezes Ruas a quem fico devendo muito a ela por suas informações sobre seu pai e seus familiares; 2 - Nancy Anastácio Menezes; 3 - Lucy Anastácio Menezes; - 4 - Maria de Lourdes Anastácio Menezes; 5 - Silvana Anastácio Menezes. 

Os homens: 1 - João Anastácio Menezes; 2 - Petronilo Anastácio Menezes (já falecido); 3 - Carlos Anastácio Menezes (já falecido); 4 - Eloi Anastácio Menezes. - 4 - Aci Anastácio Menezes.

Dona Dulce Menezes e seu João Anastácio Filho 

O fazendeiro ex-esposo da ex-cangaceira Dulce Menezes faleceu no ano de 1989, não tenho certeza, mas deve ter sido cidade em que foi administrado municipal (prefeito).


Todas estas informações foram cedidas pela filha do casal João Anastácio Filho e dona Dulce Menezes a nossa amiga de trabalho de pesquisas Martha Menezes Ruas. 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

28 de set. de 2016

SOBRE CANOAS, A TRAVESSIA NO RIO PARA ZONA RURAL

Por Verneck Abrantes

Em 1916 o município de Pombal possuía 18 engenhos de fabricar rapaduras, 9 fábricas a vapor e 3 a tração animal para descaroçar algodão. 

Imagem inline 1

O número de cabeças bovinas era de aproximadamente 1000 animais e a população era de 18 mil habitantes, incluindo as localidades de Malta, Condado, Paulista, Lagoa, Cajazerinhas, São Domingos, São Bentinho e Desterro de Malta, todas pertencentes ao município de Pombal.

Verneck Abrantes

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


http://blogdomendesemendes.blogspot.com  


http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

27 de set. de 2016

TÍTULOS HONORÍFICOS


Doutor Honoris Causa

Governador Radir Pereira de Araújo (Resolução nº 06/89 – CONSUNI)
Governador Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo (Resolução nº 01/91 – CONSUNI)
Professor Alf Schwarz (Resolução nº 02/91 – CONSUNI)
Governador José Agripino Maia (Resolução nº 09/93 – CONSUNI)
Professor Derblay Galvão (Resolução nº 03/95 – CONSUNI)
Professor Vicente Borelli (Resolução nº 04/95 – CONSUNI)
Professor Sanchotene Felice (Resolução nº 05/95 – CONSUNI)
Padre Antônio Geraldo do Amaral Rosa S.J (Resolução nº 06/95 – CONSUNI)
Escritor Raimundo Soares de Brito (Resolução nº 08/95 – CONSUNI)
Professor João Faustino Ferreira Neto (Resolução nº 01/96 – CONSUNI)
Ministro José Fernandes Dantas (Resolução nº 02/96 – CONSUNI)
Professor Carlos Ernani Rosado Soares (Resolução nº12/98 – CONSUNI)
Governador Garibaldi Alves Filho (Resolução nº 03/99 – CONSUNI)
Padre Sátiro Cavalcanti Dantas (Resolução nº 04/99 – CONSUNI)
Procurador Ivan Maciel de Andrade (Resolução nº 01/2000 – CONSUNI)
Poeta Antônio Gonçalves da Silva “Patativa do Assaré”(Resolução nº 02/2000 – CONSUNI)
Sindicalista Francisco Guilherme de Souza (Resolução nº 08/2000 – CONSUNI)
Ministro Francisco Paula de Medeiros (Resolução nº 06/2001 – CONSUNI)
Ministro José Augusto Delgado (Resolução nº 07/2001 – CONSUNI)
Escritor Ariano Suassuna (Resolução nº 02/2003 – CONSUNI)
Ministro Cristívam Ricardo Cavalcanti Buarque (Resolução nº 03/2003 – CONSUNI)
Governadora Wilma Maria de Faria (Resolução nº 25/2005 – CONSUNI)

Professor Honoris Causa

Abigail Moura Rodrigues (Resolução n 07/89 – CONSUNI)
Edmar Almeida de Morais (Resolução nº 10/89 – CONSUNI)
Laércio Segundo de Oliveira (Resolução nº 03/2000 – CONSUNI)
Artur da Silva carriço (Resolução nº 04/2000 – CONSUNI)
Francisca Valda da Silva (Resolução nº 07/2002 – CONSUNI)
Francisca Nazaré Liberalino (Resolução nº 08/2002 – CONSUNI)
Adilson Gurgel de Castro (Resolução nº 09/2002 – CONSUNI)
Ivan Lira de Carvalho (Resolução nº 10/2002 – CONSUNI)
Lino Edmar de Menezes (Resolução nº 11/2002 – CONSUNI)
Francisco Coelho de Figueiredo (Resolução nº 12/2002 – CONSUNI)
José Dionísio Gomes da Silva (Resolução nº 04/2003 – CONSUNI)
Maria Emília Yamamoto (Resolução nº 18/2004 – CONSUNI)
Emília Maria Trigueiro Morais de Paiva (Resolução nº 19/2004 – CONSUNI)
Maria Auxiliadora Carvalho da Rocha (Resolução nº 20/2004 – CONSUNI)
Laplace Rosado Coelho (Resolução nº 24/2005 – CONSUNI)

Professor Emérito

Dorian Jorge Freire (Resolução nº 01/93 – CONSUNI)
Jaime Hipólito Dantas (Resolução nº 02/93 – CONSUNI)
José Augusto Rodrigues (Resolução nº 03/93 – CONSUNI)
Francisco de Souza Revoredo (Resolução nº 07/95 – CONSUNI)
José Inocêncio de Almeida In Memoriam(Resolução nº 09/95 – CONSUNI)
Maria Salomé de Moura (Resolução nº 05/97 – CONSUNI)
Maria Iêda Freire de Carvalho (Resolução nº 05/98 – CONSUNI)
Maria Luiza Pinheiro Néo (Resolução nº 06/98 – CONSUNI)
Helenita da Castro Soares (Resolução nº 07/98 – CONSUNI)
José Teixeira Maia In Memoriam (Resolução nº 08/98 – CONSUNI)
José Cesário de Queiroz (Resolução nº 09/98 – CONSUNI)
Maria Aparecida da Silva (Resolução nº 09/98 – CONSUNI)
Maria Zilda Siqueira Gê (Resolução nº 10/98 – CONSUNI)
José Otto Sanatana (Resolução nº 11/98 – CONSUNI)
Malene Oto Kümmer (Resolução nº 11/98 – CONSUNI)
Osires Pinheiro (Resolução nº 11/98 – CONSUNI)
Lauro Monte Filho In Memoriam (Resolução nº 11/98 – CONSUNI)
Maria Elisa de Albuquerque Maia (Resolução nº 13/98 – CONSUNI)
Bevenuto Gonçalves Neto (Resolução nº 14/98 – CONSUNI)
Delfina Maria da Fonsêca Soares Pires (Resolução nº14/98 – CONSUNI)
Adalzira Nunes de Carvalho (Resolução nº 18/98 – CONSUNI)
Iara Maria Linhares (Resolução nº18/98 – CONSUNI)
Maria das Neves Gurgel de Oliveira Castro (Resolução nº 18/98 – CONSUNI)
João Sabino de Moura (Resolução nº18/98 – CONSUNI)
José Nilson Rodrigues (Resolução nº09/2000 – CONSUNI)
Maria Manolita pereira Maia (Resolução nº 10/2000 – CONSUNI)
Maria José Fernandes Diniz (Resolução nº 11/2000 – CONSUNI)
Maria Marlene Freire de Andrade (Resolução nº 13/2002 – CONSUNI)
Maurina Sampaio de Sousa (Resolução nº 14/2002 – CONSUNI)
Ivo Ribeiro Bezerra (Resolução nº 15/2002 – CONSUNI)
Maria Cleonice de Holanda Melo (Resolução nº 16/2002 – CONSUNI)
Cícero Alves de Souza (Resolução nº 05/2003 – CONSUNI)
Eva Maria Dantas da Fonsêca (Resolução nº06/2003 – CONSUNI)
Olismar Medeiros Lima (Resolução nº 07/2003 – CONSUNI)
Maria de Lourdes Brasil In Memoriam(Resolução nº 09/2004 – CONSUNI)
Mozaneide Alves de Lima Félix (Resolução nº 10/2004 – CONSUNI)
Wálbia Maria Carlos de Araújo Leite (Resolução nº 11/2004 – CONSUNI)
Francisco de Assis Silva (Chiquito) (Resolução nº 12/2004 – CONSUNI)
Raimundo Filgueira de Oliveira (Resolução nº 13/2004 – CONSUNI)
Geriluz Costa Faustino (Resolução nº 14/2004 – CONSUNI)
Maria do Socorro Costa In Memoriam  (Resolução nº 15/2004 – CONSUNI)
Maria de Lourdes Dantas Freire (Resolução nº 16/2004 – CONSUNI)
Lucas Vieira Diniz (Resolução nº 17/2004 – CONSUNI)
Wilson Bezerra de Moura (Resolução nº19/2005 – CONSUNI)
Maria das Graças Alves de Lima (Resolução nº 20/2005 – CONSUNI)
Maria do Socorro de Souza (Resolução nº 21/2005 – CONSUNI)
Francisca Otília Neta (Resolução nº 22/2005 – CONSUNI)
Josefa Fernandes Souza (Resolução nº 23/2005 – CONSUNI)

Mérito Administrativo

Euclides Souza de Morais (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Laís Laura de Medeiros Couto (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Raimundo Felipe  (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Maria Neci Campos Matoso (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Valdir Gomes de Oliveira (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Elieza da Seize Rosado de Almeida (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Maria Neuda Bezerra (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Severina Delmira da Conceição (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Raimundo Renê Carlos de Castro In Memoriam (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Gonçalo Alves da Silva In Memoriam (Resolução 21/98 – CONSUNI)
Antônio Rodrigues Carneiro (Resolução 05/99 – CONSUNI)
Maria Natália Bezerra Costa (Resolução 05/2000 – CONSUNI)
Francimá Fernandes de Queiroz (Resolução 06/2000 – CONSUNI)
Necildo Diniz Freire (Resolução 07/2000 – CONSUNI)
Ená Maria Rebouças Veras (Resolução 03/2001 – CONSUNI)
Antônio Queiroz de Alcântara (Resolução 04/2001 – CONSUNI)
Francisco Severo da Silva “Pareia” (Resolução 05/2001 – CONSUNI)
Verônica Carlos de Oliveira Rodrigues (Resolução 08/2003 – CONSUNI)
Maria Edna de Oliveira In Memeoriam (Resolução 09/2003 – CONSUNI)
Nielce Fernandes Filgueira (Resolução  10/2003 – CONSUNI)
Iara de Souza Barbalho (Resolução 11/2003 – CONSUNI)
Francisco Pereira de Assis “Vaqueiro” (Resolução 12/2003 – CONSUNI)
Francisco Rosado de Almeida (Resolução 13/2003 – CONSUNI)
Maria de Fátima Diógenes (Resolução 02/2004 – CONSUNI)
Nadja Maria Bezerra (Resolução 03/2004 – CONSUNI)
Almir da Silva de Castro (Resolução 04/2004 – CONSUNI)
Silvestre Fernandes de Paiva (Resolução 05/2004 – CONSUNI)
Adilino Juvêncio de Andrade (Resolução 06/2004 – CONSUNI)
Maria José Lima de Andrade (Resolução 07/2004 – CONSUNI)
Terezinha Gomes de Souza (Resolução 08/2004 – CONSUNI)
Arlindo Porfífio de Freitas (Resolução 15/2005 – CONSUNI)
Maria de Fátima Batalha (Resolução 16/2005 – CONSUNI)
Zélia Lopes do Couto (Resolução 17/2005 – CONSUNI)
Alice Tavares de Melo (Resolução 18/2005 – CONSUNI)
  

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso


http://blogdomendesemendes.blogspot.com
josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br

24 de set. de 2016

FOTOS DO LANÇAMENTO DO MEU LIVRO " HISTÓRIA DA MINHA VIDA PROFISSIONAL "

Por Benedito Vasconcelos Mendes

Fotos do lançamento do meu livro "História da Minha Vida Profissional", em Natal, na Academia Norte-rio-grandense de Letras, na noite do dia 22-9-2016, que contou com as presenças do Presidente em Exercício, da Secretária e de muitos Acadêmicos da ANRL, respectivamente, Paulo Macedo e Leide Câmara. 

A apresentação do livro ficou a cargo do amigo e Conselheiro do TCE Gilberto Jales, que fez um belíssimo discurso. Muitos amigos da EMPARN, de Mossoró, parentes, escritores e intelectuais que fazem parte do mundo cultural do nosso Estado, prestigiaram este evento.










Enviado pelo professor e escritor Benedito Vasconcelos Mendes

http://blogdomendesemendes.blogpot.com
htp://josemendespereira.potiguar.blogspot.com

23 de set. de 2016

LÁ LONGE...

*Rangel Alves da Costa

Lá longe há um lugar por onde já passou Jorge Amado, Rachel de Queiroz, João Ubaldo Ribeiro, Gilberto Freyre, Câmara Cascudo, Graciliano Ramos, Euclides da Cunha e tantos outros escritores, novelistas, memorialistas. No lá longe todos eles beberam na fonte antiga, nas memórias nordestinas, nos engenhos, nas casas-grandes e senzalas, no viver interiorano, nas vidas secas, nas lutas cacaueiras de tocaia e sangue, nos velhos cabarés e nas fomes tantas e nas desolações desmedidas.

Lá longe e tão perto. Agora, na realidade presente. Aquilo que os livros contaram, ora em ensaios, romances ou memórias, ainda estão, na medida da permanência, ainda presentes pelo Nordeste e seus sertões. E assim por que há uma região nordestina e muitos e diversificados sertões, desde os sertões litorâneos, quase beirando as metrópoles, aos sertões distantemente autênticos: o sertão sertanejo, de aridez e secura, de chão rachado e planta recurvada pela fome de chuva.

Ainda é possível avistar a escrita amadiana em muitos de seus recantos. Não mais os coronéis desafetos digladiando poderes sobre as terras, mas o mesmo coronelismo político, do mando e da submissão. Não há mais o terno de linho branco, mas há a mesma ordem, o mesmo exercício de poder político remoendo adversários. Os jagunços são outros, as emboscadas e tocaias também, pois a paga da maldade vem pela mão sangrenta de qualquer reles covarde. Capatazes citadinos, seguranças, bajuladores que ainda atemorizam sertões.

Mas também ainda a existência dos fazeres cotidianos tão expressivos na escrita amadiana. Ora, Jorge Amado era de escrita moleca, travessa, tão realista que impossível não avistar as cenas na sequência descritas. Cabarés e prostitutas balofas, cafetinas e apaixonados ao pé do balcão, mas também a doçura e a beleza das agrestinas de encantar corações. Eis que nas distâncias matutas tantas Gabriela, Tereza Batista, Dona Flor, Malvinas e tantas outras. As mesmas singelezas, canduras e segredos caboclos. Nem os modismos e as tentações modernas acabaram de vez com pessoas assim, ainda avistadas e reconhecidas naqueles sertões de lá longe.

Rachel de Queiroz foi lá longe ao tratar do drama da seca e dos flagelados. O seu romance O Quinze cuida exatamente do sofrimento de um povo afligido pela voraz estiagem nordestina. Situação não muito diferente daquela narrada por Graciliano Ramos em seu Vidas Secas. Neste enredo tipicamente regionalista, nordestino por essência, Fabiano se vê tomando o caminho do mundo levando a família e seu cachorro Baleia. Daí o padecimento pela pobreza e submissão, pelas vidas minguadas e opressões. As estradas secas e empoeiradas são as presenças características nas duas obras, e nas mesmas constâncias ainda hoje observadas nas distâncias sertanejas em tempos de agonias por falta de pingo d’água, da fome e da desvalia de tudo.


Em Rachel também a vertente cangaceira, pois a escritora cearense foi buscar na saga do Capitão Virgulino o mote para sua mais famosa peça teatral: Lampião. Nesta, eis novamente o Nordeste em sua pujança, só dessa vez marcado pelo banditismo, pela catingueira varada de bala, pelo medo e a perseguição. A paisagem descrita pela autora é aquela mesma ainda hoje encontrada pelas veredas e carrascais, pois o lá longe de ontem ainda continua no lá longe de agora, vez que mesmo as devastações ainda não conseguiram extinguir o retrato espinhento das entranhas matutas sertões adentro.

Eis o grito de um Sargento Getúlio vociferando contra tudo e contra todos, desde as assombrações pessoais, interiores, aos autoritarismos do poder. Em Getúlio, a voraz rudeza da indignação do homem tão bem descrita por João Ubaldo Ribeiro. Getúlio é sargento aposentado, mas antes de tudo é homem, e sujeito indignado com a própria sorte de estar fazendo um serviço a mando de liderança política, e contra um inocente desafeto. Então, enquanto o carro vai cortando as estradas de chão, ladeado pela aspereza da terra e seus tufos espinhentos, o transtornado sargento busca prestar contas de si mesmo e do mundo. E vão ecoando injustiças, opressões, medos, realidades medonhas e até sangrentas de passado e presente que chegam como terríveis fantasmas.

E aquele lá longe euclidiano, de o homem sertanejo ser antes de tudo um forte, continua aqui tão perto quanto a própria dor de Canudos, do Conselheiro e seus beatos e fanáticos. Nas entranhas da mata a guerra cega, sem fim, num mundo que a paz da fé incontida era motivo de bala e de morte. Os algozes negaram a fé daquele povo, impingindo-lhes a destruição, como até hoje se nega o direito fundamental à dignidade. Aquele pobre nordestino que tombou no Arraial e arredores é o mesmo que ainda tomba na selva civilizada. Mas por que o sertanejo, do passado e do presente, não morreu de vez? Que diga Euclides da Cunha: Por que antes de tudo é raiz da própria terra. É antes de tudo um forte.

Lá longe aquele menino de engenho, aquele negro sendo açoitado, aquele casarão e sua varanda de caldeirão e purgatório. Um tempo de lá longe tão bem descrito nos livros, mas que ainda presente nas páginas da vida vã. Quem dera que o lá longe de sofrimento já não restasse sequer em ossos. Mas de vez em quando, no tempo presente e por todo lugar, tudo com afeição de antigamente. Tudo num só percurso. Nada lá longe.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

http://blogdomendesemednes.blogspot.com

 http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

22 de set. de 2016

QUEM FOI LAMPIÃO?

Por José Mendes Pereira

A revista "Momento" da "ANABB - Associação Nacional dos funcionários do Banco do Brasil publicada no ano de 1997, Ano 3, Nº 16 - setembro e outubro 97, fez entrevista com o volante policial cabo Panta Godoy e o ex-cangaceiro Manoel Dantas Loyola no cangaço era alcunhado por Candeeiro, o que eles achavam velho guerreiro Virgolino Ferreira da Silva o Lampião. Vamos ver o que eles falaram:

PANTA DE GODOY

Revista Momento: Quem foi Lampião? 

José Panta de Godoy - Como falam, Lampião foi o rei do cangaço. Quando falavam no nome dele todos se assombravam. Ele impunha tudo pela força. O que ele queria, tinha de ser. Se o cabra não aceitasse dar o que ele pedia, poucos dias depois o Lampião chegava para matar. No sertão só se falava nele. Mas o cangaço tinha de acabar e só acabaria com a morte de Lampião. Ele virou bandido porque mataram o pai dele. Mas fez coisa pior do que a polícia fez com o pai dele. Acho que ele ultrapassou todos os limites.

MANOEL DANTAS LOYOLA

Manoel Dantas Loyola - O Lampião foi um grande homem na função dele. Passei mais de dois anos com ele e Lampião estava um home quieto. Queria ir para Minas Gerais, mudar de vida. Às vezes, dizia que as balas de Cangaceiro não matavam mais os macacos (policiais). Ele era um homem muito experiente e tinha uma palestra boa. Quando se aperreava era bravo, não dar para negar. O olho direito, meio cego, começava a soltar água. Era um chefe que lutava com os soldados. O que viesse para nós, ia para ele.

Fonte: 
A revista "Momento" da "ANABB - Associação Nacional dos funcionários do Banco do Brasil. 
Publicada no ano de: 1997 
Ano: 3
Nº.: 16
Referente aos meses: setembro e outubro/97

Esta Revista me foi presenteada pelo pesquisador do cangaço Francisco das Chagas do Nascimento (Chagas Nascimento funcionário aposentado do Banco do Brasil de Mossoró). 

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

21 de set. de 2016

LIVRO “O SERTÃO ANÁRQUICO DE LAMPIÃO”, DE LUIZ SERRA


Sobre o escritor

Licenciado em Letras e Literatura Brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Linguagem Psicopedagógica na Educação pela Cândido Mendes do Rio de Janeiro, professor do Instituto de Português Aplicado do Distrito Federal e assessor de revisão de textos em órgão da Força Aérea Brasileira (Cenipa), do Ministério da Defesa, Luiz Serra é militar da reserva. Como colaborador, escreveu artigos para o jornal Correio Braziliense.

Serviço – “O Sertão Anárquico de Lampião” de Luiz Serra, Outubro Edições, 385 páginas, Brasil, 2016.

O livro está sendo comercializado em diversos pontos de Brasília, e na Paraíba, com professor Francisco Pereira Lima.

Já os envios para outros Estados, está sendo coordenado por Manoela e Janaína,pelo e-mail: anarquicolampiao@gmail.com.

Coordenação literária: Assessoria de imprensa: Leidiane Silveira – (61) 98212-9563 leidisilveira@gmail.com.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

TRAIÇÃO

Por Francisco de Paula Melo Aguiar

Forma de decepção da política social...
Morte e repúdio prévio, suposição...
Nada importa se situação ou oposição...
Rompimento formal e ou informal...
Violação pessoal da presunção...
Quebra de contrato social...
Perda da verdade e confiança...
Produção de conflitos emocionais e morais...
Distúrbios psicológicos, ideologia da loucura...
Desajustes políticos e sociais...
Descrédito de relacionamentos individuais...
Coletivos e organizacionais...
Mágoa, rancor, algo imperdoável...
Judas Iscarioste em apuros...
Rio cheio de ilusões...
Falta de crescimento material e imaterial...
Loucura de uma nota só, verme...
Vômito do não puder ser...


Enviado pelo o autor

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com

19 de set. de 2016

QUEM NÃO CONHECE PRECISA IR À CABACEIRAS

Por Kydelmir Dantas

Quem não conhece precisa ir a Cabaceiras - A ROLIÚDE NORDESTINA - cidade paraibana onde foram filmados O AUTO DA COMPADECIDA e + 24 filmes (curtas e longos)... Excelente a estadia no Hotel Fazenda Pai Mateus. 


Alguns prédios usados nas locações do 'Auto' estão lá intactos; há o Museu Histórico e o Memorial Cinematográfico; a Casa de Cultura - antiga Cadeia Pública que foi invadida pelo cangaceiro Antônio Silvino - abriga os movimentos ligados às Artes na cidade. 




Com certeza se encontra na rua principal o poeta PAULINHO de Cabaceiras e, com sorte, a cordelista JULIANA SOARES; o encantador de viúvas ZÉ DE CILA, que foi o dublê do Padre - interpretado pelo Rogério Cardoso - em algumas cenas do filme, você encontra em sua Bodega com muita conversa e agrado. 




E as meninas do Museu Histórico lhe tratam com o devida atenção passando as informações sobre sua cidade e região; do Lajedo Pai Mateus se vê a maravilha do pôr-do-sol... Ou o nascimento da lua... Só indo pra ver.

Kydelmir Dantas é poeta, sócio e ex-presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço, pesquisador do cangaço e gonzaguiano.

https://www.youtube.com/watch?v=EFmB8Qo-g-k

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

17 de set. de 2016

DESCULPEM-ME, GRANDES LEITORES DESTE BLOG!

Por José Mendes Pereira

Desde ontem a tarde que eu estava nos Estados Sumidos, fui conhecer a Estátua da Liberalidade. Brincadeira! Desde ontem que eu estava sem Internet. Agora vamos continuar os nossos trabalhos.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com