18 de nov. de 2016

CHUVAS NO ALTO E MÉDIO SÃO FRANCISCO

Por João Suassuna

Meus Prezados,

As chuvas agora começaram a cair com mais intensidade nas regiões do Alto e Médio São Francisco. A prova disso é a de que, no intervalo de uma semana, as vazões do rio praticamente dobraram nos postos de observação de Morpará e São Francisco. Daqui para frente, iremos manter a nossa atenção voltada para a recuperação da represa de sobradinho e também nas suas defluências, já que havia decisão das autoridades responsáveis pelo setor, em diminuí-las para cerca de 700 m³/s.

As chuvas já começaram a ocorrer, principalmente na região do Alto São Francisco, embora pontuais, mas já com bastante intensidade. Essas precipitações resultaram em aumento volumétrico significativo nos postos de observação de Morpará e São Francisco, passando de 460 m³/s e 403 m³/s, da semana anterior, para 796 m³/s e 737 m³/s, nesta semana. As vazões no posto de observação de São Francisco continuam menores do que as de São Romão. Como as águas do São Francisco levam cerca de 30 dias para percorrerem a região do Alto até chegarem em Sobradinho, a sua afluência volumétrica se manteve estável, atualmente em cerca de 510 m³/s. Na semana anterior estava em 490 m³/s. Em Sobradinho, o percentual volumétrico caiu mais um pouco, passando de 6,67% para 6,01% de seu volume útil. A barragem, hoje, ainda continua com seu percentual volumétrico um pouco melhor do que aquele verificado em igual período do ano anterior (atualmente 6,01% - ano anterior 2,24%).

Com o aumento da intensidade das precipitações nas regiões do Alto e Médio São Francisco e com o atual no cenário das precipitações ocorridas durante essa semana em curso, iremos começar a descrever e analisar o comportamento dos fluxos de vazões no decorrer da quadra chuvosa de bacia do Rio São Francisco, nas novas situações meteorológicas apresentadas, sempre atentos aos esclarecimentos hidrogeológicos de José do Patrocínio Tomaz Albuquerque.

Com a mudança do tempo nesse início de primavera, na região do Alto São Francisco, com a ocorrência de chuvas de maior intensidade, é importante observar, tanto a regularidade na caída, como, também, os volumes precipitados. Na atual semana, por exemplo, houve boas previsões, conforme informado porPereira Bode Velho, no quadro abaixo. Segundo Gomes, na região de Montes Claros no Norte de Minas, por exemplo, que tem uma precipitação média no mês de novembro, de 197,8 mm, o acumulado do mês já ultrapassa os 55,4 mm.

Na semana (18/11), as vazões do São Francisco praticamente dobraram nos postos de observação de São Romão e São Francisco - 796 m³/s e 737 m³/s - quando comparadas àquelas da semana anterior – 460 m³/s e 403 m³/s -, respectivamente. As vazões no posto de observação de São Francisco continuam menores do que as do posto de São Romão (737 m³/s - 796 m³/s, respectivamente). Houve um discreto acréscimo na vazão afluente em Sobradinho. Atualmente está em 510 m³/s. Na semana anterior ela estava em 490 m³/s. Detalhe: Essa vazão afluente, em Sobradinho (510 m³/s), ainda é um pouco mais da metade do que aquela verificada na defluência da represa, atualmente em cerca de 827 m³/s. Dessa forma, a represa continuará depreciando. Preocupadas com esse fato, as autoridades responsáveis pelo setor hidrelétrico comunicaram da necessidade de reduzirem a vazão defluente, em Sobradinho, para o patamar de 700 m³/s. Essa perspectiva na redução da defluência da represa aumentará os problemas da progressão da cunha salina na foz do rio, fato esse que vem dando certos transtornos no abastecimento do município alagoano dePiaçabuçu, que tem servido à população uma água de péssima qualidade, com elevados teores de sais (água salobra). Em igual situação vivem 70% da população de Aracaju, que são abastecidos com as águas do Rio São Francisco, por intermédio de uma adutora, em Propriá, município sergipano localizado em sua margem direita, a cerca de 60 km de sua foz. Esses descompassos nas afluências e defluências, tanto em Sobradinho, como em Três Marias, irão resultar na rápida depleção dessas represas, cujas necessidades em defluir mais volumes, somadas ao consumo excessivo das águas subterrâneas nos principais aquíferos da bacia hidrográfica do Rio São Francisco, à morte de nascentes, à elevada evaporação existente em seus espelhos d´água (a evaporação no espelho d´água em Sobradinho, nessa época do ano, ultrapassa os 200 m³/s) e o uso da água na irrigação, são as principais causas dessas depreciações.

A esperança de todos é na continuidade das fortes chuvas que já começaram a cair nas regiões do Alto e Médio São Francisco. No entanto, ficaremos atentos, também, para a questão da defluência de Sobradinho, atualmente em cerca de 827 m³/s,  pois havia uma determinação das autoridades do setor, para a sua redução à patamares de cerca de 700 m³/s, conforme recentemente divulgada na mídia.

João Suassuna

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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