15 de nov. de 2016

ESQUERDOPATIA - CAUSAS E EFEITOS

*Rangel Alves da Costa


O presente texto é apenas um aprimoramento de outro recentemente publicado neste espaço (A esquerdopatia e os esquerdopatas), e dessa vez ajustado na tentativa de afastar sua identificação como “um texto pesado, porém verdadeiro”, segundo se expressaram alguns leitores. No restante, a integralidade nas ideias, segundo as noções transcritas.

Uma doença - mais afeiçoada a um transtorno causado por grave desvio de personalidade - se alastra de forma assustadora: a esquerdopatia. Seu conceito: patologia provocada pela não aceitação da realidade após a perda da dominância, com impulsos obsessivos de defesa do indefensável, além de perigosas tendências de reprimir as perdas através de fanatismos e alucinados ataques contra tudo e todos que não sejam portadores da mesma doença ou não façam parte de suas quimeras ideológicas. Seu delírio mais contumaz: É golpe! Sua mais completa alucinação: Fora, Temer!

Para conhecer melhor a definição de esquerdopatia, urge destrinchar sua nomenclatura. Originária do sufixo “patia”, que sempre traz a ideia de doença, seu prefixo denota “esquerda”, ou seja, direção oposta, que numa junção de termos forma a esquerdopatia, também conhecido como esquerdismo doentio. Lênin já havia previsto essa morbidez ideológica no seu ensaio “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”. É também denominada ultraesquerdismo. A ultraesquerda é considerada, assim, a base dos esquerdopatas, indivíduos ideologicamente fanáticos e que, em muitos casos e no caso brasileiro, chegam a ultrapassar os limites de seus próprios ideais políticos. 

Noutra acepção, tem a esquerdopatia como uma espécie de doença que leva a negação de qualquer conquista que não seja proveniente de sua ideologia, ao extremismo partidário e à cegueira da verdade real. A esquerdopatia situa-se ainda como um estágio mais crítico das moléstias comportamentais pela perda do poder. Constitui-se num doentio mundo ilusório, onde a única satisfação é culpabilizar os outros pelos próprios erros, lutar com unhas e dentes para a destruição do que vem sendo construído, assenhorear-se do senso de vítima para praticar todos os tipos de atrocidades.

O portador de esquerdopatia afeiçoa-se muito ao lobo em pele de cordeiro, ao medroso que só age de emboscada. Raivoso igual a cão doente, mas só morde através dos outros. Inconformado e prometendo revirar o mundo, porém só age pela mão do outro. Por isso mesmo que se manifesta através de pessoas sem noção crítica da realidade, que não têm condições de se reconhecerem usadas, bem como aquelas que levantam a voz e bandeiras sem ao mesmo saber o motivo de assim fazê-lo.


Suas principais características são o inconformismo, pois teima em negar o que já está comprovado; a fuga da realidade, pois vive num mundo onde só tem validade sua visão partidária; o fanatismo, vez que seu faccionismo partidário chega ao extremo de endeusar lideranças corruptas e até condenadas; o extremismo, pois, através dos outros, utiliza de todas as armas possíveis para a desestabilização; o interesse pessoal, considerando que, muitas vezes, todo o inconformismo diz respeito à perda de benesses e de cargos.

A esquerdopatia se manifesta e se alastra principalmente através da ignorância dos outros. Quando mais a pessoa for jovem, cheia de vigor e de ilusões, mas que não tenha entendimento insuficiente sobre as realidades, mais o esquerdopata procura manipulá-la para a prática de ações que somente a ele e ao seu grupo interessam. O esquerdopata faz assim nos movimentos sociais que ocupam estradas e invadem prédios públicos, na ocupação de escolas, nas passeatas violentas. Enquanto os outros agem, ele se mantém à distância, às escondidas, apenas orientando na desestabilização da ordem pública e social.

As primeiras descrições científicas sobre a doença são originárias da perda de poder pela esquerda. Quando o principal partido político brasileiro da esquerda chegou ao poder, seus partidários se mostravam apenas ansiosos para demonstrar capacidade de transformação de seus líderes políticos perante a encastelada e conservadora elite política brasileira. Mas ao passar a governar, logo ficou patente que os suas principais lideranças possuíam uma mesma patologia: um acentuado desvio de comportamento, com tendência cada vez maior à esperteza, à ilicitude e à corrupção. Uma doença incurável para alguns.

Quando os atos de corrupção perderam o controle e o poder da esquerda começou a desmoronar, então a esquerdopatia começou a se manifestar entre os outrora poderosos esquerdistas. Como não podiam mais defender seus desvios de personalidade, seus anomalias comportamentais e suas ilicitudes, então passaram a contra-atacar. Assim a esquerda, já sem poder e sem moral, não viu outra saída senão tentar, a todo custo, desestabilizar a vida política e social. 

Contudo, como ainda assim nada conseguiu - e feito cão raivoso salivando ódio -, passou a agir como em pequenas guerrilhas urbanas. Sobrevivendo somente dos ódios acumulados pelas contínuas derrotas, os esquerdopatas vivem a cata de qualquer desculpa para orientar a invasão de escolas, ocupação de órgãos públicos, para fazer arruaças, transtornarem a paz social. Protestam contra a direção do vento, contra o brilho da lua, contra tudo, e sempre esquecendo que um dia foi governante.
O problema maior é que, perante o afundamento sem volta da esquerda, o caminho da esquerdopatia é se transformar em loucura, ainda que disfarçada. Aí só haverá um remédio: a lei para colocar o insano em seu devido lugar.

Escritor
blograngel-sertao.blogspot.com

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