Por Sálvio Siqueira
Naquele tempo,
os pais pouco davam importância de registarem os filhos em cartório.
Isso dar uma tremenda dor de cabeça aos pesquisadores que seguem a senda de um personagem histórico.
As pessoas davam mais vazão para o Batismo, para que seus filhos não ficassem pagãos.
A mortalidade infantil era tanta, que muitos batizados só tinham o objetivo do filho não morrer “Pagão”.
Às vezes os pais eram ‘moradores’ de determinado latifundiário, coronel, e o mesmo apoiava determinada pessoa nas eleições. Então, o patrão se 'acercava' dos moradores e impunha seus votos. Os adolescentes já taludos eram mandos aos cartórios para que fossem registrados, porém, a data do nascimento que se colocava no documento, tinha que dar certo para que o registrado pudesse dar seu voto.
Isso causou uma desordem nas idades das pessoas muito séria. Mas, fazer o quê? Mandavam os poderosos, os mandados, com juízo e sem coragem, aceitavam.
Os registros do batizado de Virgulino estão lavrados no Livro de Termo de Batismo da Paróquia de Floresta - PE, que faz parte da Diocese de Pesqueira – PE. Ou pelo menos, na época fazia.
Assim reza o escrito no livro paroquial: “Certifico que, revendo os livros de
termos de batizados realizados nesta paróquia, foi encontrado o teor seguinte:
Livro 15; fls. 146, do ano de 1898, a três de setembro do mesmo ano, na Capela
de São Francisco. Batizei solenemente a Virgulino, nascido a 04 de junho de
1898, filho legítimo de José Ferreira e Maria Vieira da Soledade, desta
freguesia. Foram padrinhos: Manoel Pedro Lopes e Maria José da Soledade. Do que
mandei passar este termo que assino: Pe. Cônego e vigário Joaquim Antônio de
Siqueira.” (Lampião – Memórias de um Soldado de Volante – LIRA, João Gomes de.)
A Capela de São Francisco, onde Virgulino foi batizado, hoje, encontra-se submersa pelas águas da barragem da Serrinha, no município de Serra Talhada – PE, onde, com os amigos Edinaldo Leite e Marcos Brito, fomos pescar por diversas vezes.
Como todo sertanejo, pajeuzeiro, ou de outra localidade qualquer, ele foi batizado. Ninguém nasce ‘bandido’. Torna-se por ‘n’ razões ou, pior, o forçam a tornar-se... em outro lugar qualquer, mas, também nas quebradas do Sertão.
Fonte/foto Ob.
Ct.
Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
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