Por Mateus Araújo
Uma figura
ambígua e ousada. Por muito tempo, o libanês Benjamin Abrahão (1901-1938)
esteve como coadjuvante nas histórias e lembranças do universo do cangaço
brasileiro, embora tenha papel fundamental para o registro desse período de
violência e luta que marcou o Nordeste do País. Agora, sua vida é apresentada
de forma ampla, mostrando sua influência na história nacional.
A biografia
deste homem imigrante que foi secretário do padre Cícero Romão e conseguiu
fotografar e filmar a intimidade do bando de Lampião é recontada no
livro Benjamin Abrahão: Entre anjos e cangaceiros (Escrituras
Editora, 352 páginas, R$ 45), de Frederico Pernambucano de Mello, cujo
lançamento acontece nesta quinta (13), às 19h30, na Livraria Cultura do RioMar.
“Nas minhas
pesquisas sobre o cangaço sempre me defrontei com um indivíduo importante para
o arquivo visual daquela época. Benjamin registrou tudo em filme e fotos,
mantidos nos arquivos da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, aos quais eu tive
acesso. Benjamin deu gesto, movimento e voz labial à história de Lampião”,
explica Frederico, que há 40 anos se dedica ao estudo do assunto e foi
responsável pelo argumento do filme Baile perfumado, de Lírio Ferreira e
Paulo Caldas, sobre Benjamin.
Em Entre
anjos e cangaceiros, ele reconta a vida de Benjamin a partir de arquivos
pessoais dados pela família do libanês, como um bloco de anotações e as suas
câmeras, além da análise do filme e das fotografias. A partir do filme,
inclusive, foi feita a leitura labial do próprio chefe do cangaço.
GALERIA DE
IMAGENS
Lampião
conversa com Benjamin Abrahão
Benjamin
chegou ao Recife em 1915, fugido da Primeira Guerra Mundial e do alistamento
militar obrigatório que amedrontava os jovens da Síria. Em Pernambuco, morou
com os tios, donos de lojas de ferramentas, nas quais ele trabalhou como
representante comercial.
Em uma das
viagens ao interior, à cidade de Rio Branco (atual Arcoverde), ele conheceu um
grupo de romeiros que seguia em destino ao Cariri, terra do padre Cícero. A
identificação com as referências de Jerusalém despertou interesse no libanês,
que depois passou a ser o secretário do famoso padre do interior cearense, em
1917.
Foi quando
assessorava padre Cícero que Benjamin teve o primeiro contato com Lampião. O
cangaceiro foi ao Ceará oferecer ajuda ao religioso e ao povo do local na luta
contra a Coluna Prestes. Em 1936, ele passou a acompanhar o bando e conseguiu
fotografar e filmar o dia a dia deles, revelando o lado manso de Lampião, homem
valente e violento.
Leia a matéria
completa no Caderno C desta quinta (13).
PALAVRAS-CHAVE
http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/literatura/noticia/2012/12/13/frederico-pernambucano-de-mello-lanca-biografia-de-benjamin-abrahao-66680.php
http://blogdomendesemendesa.blogspot.com
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
Pois é meu caro Mateus Araújo e companheiro Mendes, o Libanês Benjamin Abrahão era sem dúvida muito inteligente. Olha que deixar sua terra no Oriente Médio e vir ser secretário do famoso Padre Cícero Romão Batista em terras desconhecidas, precisava ser portador de estratégias. Além de tudo, filmar e fotografar Lampião com seu grupo caatinga à dentro, não seria trabalho PRA MENINO INOCENTE NÃO. É pena que, embora tenha deixado (diria), um legado para a história, não teve oportunidade de concretizar o seu intento. Não pôde ver o seu documentário nas telas do cinema, logo que a morte misteriosa se lhe fez presente precocemente.
ResponderExcluirAntonio Oliveira - Serrinha