Por José
Mendes Pereira
Churrascaria O
Sujeito enchente 1961 - www.azougue.org
Lembrar de
"O Sujeito" é reviver a nossa juventude de antes de ontem e ontem,
aqueles tempos de ouro, ouro de melhor quilate, ouro misturado com doses
românticas e olhares apaixonados, entre àquela multidão de pessoas que
procurava acasalar-se, pelo menos naquela saudável noite, naquela temperatura
fria, vindo do rio que ainda vivia alegremente sem nunca pensar em morrer; em
meio da linda iluminação das luzes negras, afogada com as mais famosas músicas
da época, como por exemplo: The Fevers com o seu “Mar de Rosa”.
Esta música
foi muito tocada naquela casa, e o controlista do som colocava uma outra, e
outra, mas logo estava com ela de volta. O motivo dela ter sido tão rodada,
porque o som é excelente para quem sabe dançar, e até mesmo para quem não dança
nada. Ela ajuda o dançarino a se mexer.
"O
Sujeito" amparava também as belas músicas do "Renato e seus Blue
Caps" com a música Playboy, que fazia sucesso em todos os locais da
cidade, e outros tantos cantores famosos da época.
O sujeito não
tinha férias, era de verão a verão, e todas as noites as suas dependências
estavam lotadas de jovens que vinham de várias escolas de Mossoró.
Apesar do seu
tamanho o "Sujeito" foi um dos melhores clubes da cidade, com portas
abertas, e pagar entradas, só quando eram contratados cantores.
O “Sujeito”
deixou muitas recordações nos corações daqueles que nos anos 60 e 70
frequentavam diariamente aquela casa de diversão.
A nossa
Mossoró tem história, o certo é que muitos guardam em suas lembranças, sem
compartilharem com outras pessoas, que apenas, vez por outra, ouvem pequenos
comentários dos fatos que se passaram nas décadas de 60 e 70, com a explosão
musical.
O Brasil não
teve como segurar a juventude, mas todos aqueles que faziam parte dela, era em
prol de divertimentos, de boas causas. Era uma verdadeira tranquilidade. O
sujeito saía à noite para se divertir em qualquer casa de shows em bairro de
Mossoró, e tinha certeza que iria voltar em paz. Hoje é tudo diferente..., a
certeza de voltar em paz para casa, é uma grande incerteza.
O grande
amigo Expedito De
Assis lembrou e me fala em comentário que eu esqueci, que todos
daquela época, inclusive ele e eu, enfrentávamos as águas do rio Mossoró em
período de muito inverno, quando elas em abundâncias transbordavam por todos os
lugares, e invadiam o tablado de "O Sujeito". Não é que nós
enfrentávamos o rio, e sim, sobre o tablado elas se espalhavam. Foi um tempo
muito bom, inesquecível para todos nós que éramos jovens naquelas décadas.
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