18 de jan. de 2016

LAMPIÃO O FARMACÊUTICO DO SERTÃO


Como chefe do bando, Lampião não se preocupava apenas em traçar as estratégias de guerra ou em levantar recursos para manter a tropa. O rei do cangaço cuidava pessoalmente da saúde de seus “cabras”, assumindo o papel de médico clínico, cirurgião, ginecologista, parteiro, dentista e farmacêutico. E como tal, ele tratou de difundir “formulas” que aprendeu no contato com índios e a população mais carente do sertão nordestino. Lampião tinha dicas para todo tipo de problema. Do piolho à erisipela. Veja algumas dessas dicas: Para tratar espinhas, o rei do cangaço tinha uma receita que era tiro e queda: aplicar no rosto esterco de galinha choca. A calvície era tratada com uma pasta de mosca. Já o remédio para amigdalite era um estranho chá de formiga servido com cozimento de angico com sal. O indicado para as cólicas era água serenada. Quem sofria de erisipela era aconselhado a amarrar a perna com fita vermelha. O tratamento de piolho era mais complicado. Nesse caso, a sugestão era formar uma pasta com sementes de pinhas torradas e óleo de piqui. O preparado deveria ser untado à cabeça. Mas para alcançar resultado, o piolhento deveria ficar algumas horas embaixo do sol. Segundo Lampião, era o bastante para que os parasitas caíssem todos. O infeliz que viesse a sofrer de lesões pulmonares, por mais complicado que fosse o problema, não iria encontrar dificuldade para debelar a doença. Nesse caso, a dica era extremamente simples. Bastava esticar-se no chão duro. O drama maior, no entanto, era tratar da indigestão. O remédio indicado: azeite de carrapato.

Publicado no DIARIO DE PERNAMBUCO
Data: 7 de julho de 1997.

Fonte: facebook
Página: José João Souza

http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br

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