Como chefe do
bando, Lampião não se preocupava apenas em traçar as estratégias de guerra ou
em levantar recursos para manter a tropa. O rei do cangaço cuidava pessoalmente
da saúde de seus “cabras”, assumindo o papel de médico clínico, cirurgião,
ginecologista, parteiro, dentista e farmacêutico. E como tal, ele tratou de
difundir “formulas” que aprendeu no contato com índios e a população mais
carente do sertão nordestino. Lampião tinha dicas para todo tipo de
problema. Do piolho à erisipela. Veja algumas dessas dicas: Para tratar
espinhas, o rei do cangaço tinha uma receita que era tiro e queda: aplicar no
rosto esterco de galinha choca. A calvície era tratada com uma pasta de mosca.
Já o remédio para amigdalite era um estranho chá de formiga servido com cozimento
de angico com sal. O indicado para as cólicas era água serenada. Quem sofria de
erisipela era aconselhado a amarrar a perna com fita vermelha. O tratamento de
piolho era mais complicado. Nesse caso, a sugestão era formar uma pasta com
sementes de pinhas torradas e óleo de piqui. O preparado deveria ser untado à
cabeça. Mas para alcançar resultado, o piolhento deveria ficar algumas horas
embaixo do sol. Segundo Lampião, era o bastante para que os parasitas caíssem
todos. O infeliz que viesse a sofrer de lesões pulmonares, por mais complicado
que fosse o problema, não iria encontrar dificuldade para debelar a doença.
Nesse caso, a dica era extremamente simples. Bastava esticar-se no chão duro. O
drama maior, no entanto, era tratar da indigestão. O remédio indicado: azeite
de carrapato.
Publicado no
DIARIO DE PERNAMBUCO
Data: 7 de julho de 1997.
Data: 7 de julho de 1997.
Fonte: facebook
Página: José João Souza
Grupo: Lampião,
Cangaço e Nordeste
http://josemendespereirapotiguar.blogspot.com.br
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